Unidades prisionais de Foz do Iguaçu e Londrina começaram um projeto pioneiro de monitoramento de presos por meio de drones. A ideia do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen) é aproveitar que as Aeronaves Remotamente Pilotadas têm alta tecnologia e baixo custo. Nos últimos meses, os servidores da instituição têm recebido treinamento para trabalhar com os equipamentos.
“O uso dessas aeronaves tem sido difundido para várias áreas, incluindo a segurança pública. No caso das unidades prisionais, vamos monitorar e vigiar as unidades de maneira segura para os nossos servidores do Depen e dos presos e é por isso que queremos expandir este projeto”, afirma o secretário estadual da Segurança Pública, Romulo Marinho Soares.
De acordo com o diretor adjunto do Departamento Penitenciário, Thorstein Ferraz, o trabalho agora é de melhoria e estruturação do projeto. Segundo ele, a ideia é atender pelo menos 80% das unidades prisionais, mas estuda parcerias e convênios. “No momento, as equipes estão em fase de aperfeiçoamento do projeto e treinamento para habilitação de voo”, explicou.
A utilização dos drones é uma forma de controlar possíveis ações não permitidas em ambientes externos. “Com esses equipamentos teremos um controle geral da movimentação de carros, pessoas e até mesmo de ilícitos arremessados para o interior das unidades. É um ganho significativo para a segurança do ambiente penitenciário”, ressalta o coordenador regional do Depen de Foz do Iguaçu, Marcos Marques.
Por ser uma aeronave, a utilização de drones é regulamentada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e deve ser feita apenas por pessoas treinadas e aptas. Por isso, a capacitação para formação de operadores – tanto para a pilotagem básica quanto para a avançada – é fundamental no processo de implantação desta ferramenta.
“O projeto-piloto iniciou em Foz do Iguaçu com o propósito de expansão para todo o Paraná, tornando o Paraná um dos estados pioneiros no uso de Aeronaves Remotamente Pilotadas, em prol a segurança pública”, destaca o agente penitenciário do Setor de Operações Especiais (SOE), Cristiano Aparecido de Sousa, que está à frente do projeto.
Em agosto, o chefe da Divisão de Coordenação e Controle do Subdepartamento de Operações do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), coronel-aviador Jorge Humberto Vargas Rainho, ministrou uma apresentação da tecnologia, para mostrar a importância e eficácia do uso consciente de drones.
Durante a reunião, a equipe do SOE foi acionada para atender uma ocorrência na Cadeia Pública Laudemir Neves, em Foz do Iguaçu. O procedimento foi todo acompanhado por drones, o que permitiu a geração de imagens em tempo real e possibilitou que a equipe executasse os trabalhos sem nenhum risco à integridade física.
CAPACITAÇÃO – Como a legislação de uso de drones exige curso para pilotagem, agentes do Depen participaram de um curso ofertado pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf), que abrangeu Legislação, Pilotagem e Manutenção de Aeronaves Remotamente Pilotadas.
Eles ainda receberam instruções que envolvem desde o cadastro dos pilotos e aeronaves até a solicitação de acesso ao espaço aéreo, além das contravenções e crimes que envolvem o uso das aeronaves de forma ilegal, sendo também repassado aos operadores os conceitos básicos sobre voo e o funcionamento dos drones.
Na parte prática os operadores/pilotos receberam treinamento sobre o manuseio e noções de voo e sua aplicação em operações específicas.
A segunda etapa da formação foi focada na operação e manuseio dos drones em operações específicas no sistema prisional, demonstrando as diversas possibilidades de uso dos equipamentos neste ambiente, e em outras áreas da segurança pública.
O curso, em Londrina, contou com o apoio da Divisão de Operações e Segurança (DOS) da região representada pelo chefe do Setor, Diego Rodrigues Dias, e da Coordenação Regional, representada pelo coordenador regional, Marcos Aparecido Marques.
Além dos profissionais do Depen, em Foz do Iguaçu também participaram do curso integrantes das instituições que atuam na segurança da tríplice-fronteira, entre eles agentes da Receita Federal, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Exército, Ministério Público Estadual, Polícia Civil e Militar, Batalhão de Polícia de Fronteira, Guarda Municipal de Foz do Iguaçu, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, e Itaipu Binacional.
AEN