Desde janeiro, 15 mil galinhas vivas foram apreendidas na Ponte da Amizade entrando no Paraguai

As aves, que saem de Foz do Iguaçu, entram de forma irregular em Ciudad del Este

Uma reportagem do Jornal Última Hora, do Paraguai, aponta que desde o início do ano já foram apreendidas cerca de 15 mil galinhas vivas na Ponte Internacional da Amizade contrabandeadas do Brasil. As aves são transportadas de várias formas, em pequenas e grandes quantidades. Segundo o jornal, só na última operação para combater esse tipo de crime, realizada no mês de setembro foram apreendidas 300 galinhas.

Diariamente as galinhas são transportadas de Foz do Iguaçu com o objetivo de ser comercializadas em Ciudad del Este. De acordo com o Coordenador da Unidade Interinstitucional para a prevenção, Combate e Repressão do Contrabando, Emílio Fúster, que as aves são conhecidas no Paraguai como “pererecas” pelo estado físico e pela idade, pois geralmente são galinhas velhas.

Além das galinhas, outros produtos alimentícios entram de forma irregular no Paraguai pela Ponte Internacional da Amizade. Segundo Fúster, estima-se que esses produtos causam um prejuízo ao Paraguai de mais de 1 milhão de dólares.

O contrabando de galinhas é um problema que se arrasta há vários anos e a maior parte das aves entram por Ciudad del Este.

Brasil

Em Foz do Iguaçu, um grupo de protetores de animais combate esse tipo de contrabando. De acordo com Noely Castini, da ONG Associação Internacional Vida Animal e presidente do Conselho Municipal de Proteção e Defesa Animal, além da ilegalidade para entrar no Paraguai, as aves são vítimas de maus tratos.

“É completamente fora de qualquer padrão de transporte, inclusive com maus tratos, é uma condição completamente inadequada, semana passada recebemos denúncias que estavam passando galinhas no motor de carro para o Paraguai” informou Noely.

Segundo a protetora, essas aves contrabandeadas são galinhas de descarte e não deveriam ser consumidas. “São galinhas poedeiras, são descartes, que não podem ser comercializadas, por isso o mercado ilegal com o Paraguai” explicou. Ainda segundo Noely, as galinhas são trazidas de outras regiões do Paraná e são armazenadas em barracões que ficam na Vila Portes. “Elas não permanecem por muito tempo, elas chegam durante a madrugada e até por volta das 10h30, 11h elas já foram transportadas para o Paraguai” afirmou.

Ainda de acordo com Noely, a responsabilidade de fiscalização seria da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (ADAPAR). Ela afirmou que foi encaminhado um ofício para a agência, no entanto, ainda não obtiveram respostas. “Enviamos um ofício perguntando, a cerca de 40 dias, e até agora não obtivemos respostas”, disse.

A rádio Cultura também entrou em contato com a ADAPAR e até o momento também não obteve respostas.

Com Jornal Última Hora

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