Um convênio firmado entre o Departamento Penitenciário do Estado do Paraná (Depen), a Secretaria Municipal de Saúde e a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), tem permitido o atendimento de saúde especializado às presas da Penitenciária Feminina de Foz do Iguaçu Unidade de Progressão (PFF UP).
As consultas são periódicas e contemplam pelo menos 20 presas a cada dia de trabalho. Entre as ações desenvolvidas estão a realização de exames preventivos ao câncer e outras doenças, atendimentos ginecológicos, realização de testes rápidos e exames gerais.
A iniciativa denominada ‘Atendimento à Saúde da Mulher em Situação Prisional’ que hoje funciona como um projeto de extensão da universidade, foi desenvolvida pela professora e médica Wilma Nancy Campos Arze, preocupada com a humanização nos atendimentos de saúde dos futuros médicos.
“Quero que o olhar dos meus alunos se torne uniforme, ou seja, olhar a todos de forma igualitária, sem discriminar ninguém. Todos precisam ser tratados como pacientes para uma formação médica humanizada. Por isso, atender em uma unidade prisional, contribui para que os resultados do projeto sejam alcançados”, explica.
Estudantes de medicina do 4º e 5º anos, integram as equipes de atendimento e revezam as consultas na penitenciária.
A Secretaria Municipal de Saúde de Foz do Iguaçu, fornece os insumos necessários para a realização das coletas de exames. Caso alguma das internas apresente algum resultado alterado a própria equipe de saúde faz o acompanhamento e os encaminhamentos necessários ao tratamento.
Para a diretora da Penitenciária Feminina de Foz do Iguaçu, Claudia Grignet Fardoski Souto, ações como esta contribuem para a efetividade do tratamento penal humanizado.
“É fundamental na unidade, pois não tínhamos a especialidade de ginecologia. Com a parceria é realizado o acompanhamento efetivo com as internas, tanto para tratamento como para prevenção”, conta.
A parceria tem dado tão certo que já existem conversas para a ampliação do número de atendimentos e novos projetos com a Unila.
“Temos um projeto em andamento que visa contemplar vários cursos da Unila em convênios com o Depen, para que os atendimentos ocorram em várias modalidades e projetos em outras diversas áreas”, explica Wilma Arze.
O coordenador regional do Depen, Marcos Marques, conta que logo que assumiu a gestão se preocupou em buscar projetos e iniciativas com instituições parceiras.
“O Depen estreitou ainda mais os laços com a Unila. A equipe médica realiza um trabalho fantástico e sabemos a grande importância desses atendimentos em uma unidade prisional. Essas ações contribuem para o tratamento penal e para a valorização da pessoa, mesmo está, em privação de liberdade”, finaliza.
Assessoria