Curitiba e Umuarama receberão Certificação de Eliminação da Transmissão Vertical do HIV durante o 12º Congresso da Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis, que acontece de 22 a 25 de setembro, em Foz do Iguaçu. São as únicas cidades brasileiras a conquistarem esta certificação.
O município de Curitiba mantém o título, já recebido em 2017, sendo a primeira cidade no país a eliminar a transmissão do vírus de mãe para filho. Umuarama receberá pela primeira vez.
Para conceder o reconhecimento, especialistas da área avaliaram resultados das ações desenvolvidas pelos serviços de saúde das cidades atendendo os critérios estabelecidos pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
São elegíveis à certificação municípios com mais de 100 mil habitantes e os tópicos avaliados incluem a qualidade dos programas e serviços de saúde; da vigilância epidemiológica; dos laboratórios; além das questões referentes ao respeito dos direitos humanos, igualdade de gênero e participação da comunidade.
“As certificações representam o reconhecimento ao trabalho dos profissionais de saúde dos serviços municipais, estadual e federal e, juntos, seguiremos este grande desafio da saúde pública, que é a prevenção à Aids. A transmissão vertical é a principal via de infecção pelo HIV na população infantil e o diagnóstico precoce e a atenção adequada no pré-natal reduzem as ocorrências”, afirma o secretário da Saúde do Paraná, Beto Preto.
INDICADORES – Entre os indicadores avaliados está a taxa de incidência de novas infecções de HIV em menores de dois anos, que deve ser menor ou igual a 0,3 pelo período de três anos consecutivos. Umuarama não registra casos desde 2010 e Curitiba apresenta índice abaixo do preconizado pelas organizações de saúde, considerando as características populacionais do município, em torno de dois casos de transmissão em um ano.
Outro indicador avaliado é o de cobertura mínima de consultas às gestantes no pré-natal. A secretaria estadual da Saúde preconiza e orienta os serviços municipais para que a testagem da presença do vírus do HIV aconteça já na primeira consulta do pré-natal.
Nos dois municípios que receberão certificação a cobertura do pré-natal com quatro consultas ou mais ultrapassa o índice de 97%.
“Se a mãe receber o devido acompanhamento, a chance de o bebê nascer com HIV é menor que 1%. Por isso a importância do controle para o nascimento seguro, evitando que a criança seja infectada”, salienta a chefe da Divisão de IST/Aids, Mara Carmen Franzoloso.
“A Sesa apoia as ações de prevenção combinada, priorizando o acesso ao diagnóstico e tratamento em tempo oportuno. Entre as ações, os profissionais da saúde atuam na orientação e acompanhamento da gestante, reforçando a importância da adesão à terapia com atirretrovirais e medicamentos de acesso gratuito que impedem a multiplicação do vírus no organismo e evitam a transmissão vertical do HIV”, destaca Mara Franzoloso.
“Com a certificação, podemos avaliar positivamente a qualidade da assistência ao pré-natal, do parto e do puerpério e acompanhamento da criança e do fortalecimento das intervenções preventivas realizadas pelos serviços municipais de saúde com apoio das Regionais de Saúde”, afirma a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde, Maria Goretti David Lopes.
EVENTO – Além do Congresso Brasileiro de DSTs, o evento abrigará o 8º Congresso Brasileiro de Aids e 3º Congresso Latino Americano de Infecções Sexualmente Transmissíveis, HIV e Aids.
Representantes da Secretaria Estadual da Saúde também vão ministrar cursos e palestras durante os eventos.
AEN