O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou nesta terça-feira (18) da abertura do International Fish Congress, que acontece em Foz do Iguaçu, no Oeste. O evento reúne toda a cadeia produtiva de pescados e conta com participantes de 12 países, como o Chile, Bolívia, Paraguai, Equador, Argentina e Uganda.
O Paraná lidera a cadeia nacional de pescados de cultivo desde 2016, alcançando a marca de 129.900 toneladas/ano em 2018. O Estado é responsável por 29,3% da produção total do País, seguido por São Paulo e Santa Catarina. “Eventos como este são importantes porque nos dá a oportunidade de aprender com o que está sendo feito em outras localidades para também ser introduzido aqui e mostra ao mundo que temos uma escala boa na produção de peixes de qualidade”, afirmou.
O Brasil possui potencial ainda inexplorado na produção de pescados, com condições de se tornar um grande produtor do mercado mundial. De acordo com o governador, o Paraná pode avançar no setor. “O Paraná é um grande produtor de alimentos, mas nosso desafio agora é industrializar a produção do campo, criar uma grande indústria de transformação de alimentos para fazer o peixe virar filé e abastecer o mundo com nossa produção”, disse.
CRESCIMENTO – A Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento projeta crescimento de 20% na atividade neste ano, com a expectativa de chegar a 170 mil toneladas. As espécies de cativeiro mais comuns no Paraná são a carpa, jundiá, pacu, lambari e, sobretudo, tilápia, que representa cerca de 80% do volume. A piscicultura de água-doce é concentrada principalmente na região Oeste, que responde por 69% da produção. A produção paranaense não é exportada.
O secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, reforçou a importância da realização do encontro internacional no Paraná. “Importante evento para o avanço dessa atividade que gera milhares de oportunidades”, afirmou. Segundo ele, o Paraná responde por 32% da produção de tilápias do Brasil, com mais de 125.000 toneladas por ano. “A relevância desta cultura permite novos investimentos na cadeia produtiva do peixe. Novos frigoríficos devem começar a operar em breve no Paraná”, destaca Ortigara.
O crescimento no setor se deve ao aumento na produtividade. Em algumas propriedades, passou de 4-6 toneladas por hectare para 15-20 toneladas/ha, com picos de até 35-50 toneladas por ciclo. Isso se deve ao incremento em tecnologia de produção, com aeração mecânica, alimentadores automáticos, biorremediadores e melhoria da genética e das rações.
CONSUMO – Dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) indicam que os brasileiros consomem menos peixe por ano do que a média mundial. São, em média, 10 kg por habitante/ano no País, contra 20 kg por habitante/ano no mundo. O consumo pelos brasileiros fica bem abaixo que o de carne bovina (40 kg), frango (42 kg) e suína (15 kg).
O mercado global da pesca movimenta cerca de US$ 160 bilhões por ano. O Brasil participa com menos de 2%. A produção de peixes cultivados no País atingiu 722.560 toneladas em 2018, com receita de cerca de R$ 5,6 bilhões.
TILÁPIA – A tendência mundial é que dentro de dois anos haja uma inversão e que a produção dos peixes de cultivo supere a de animais de captura. Nesse cenário, a tilápia ganhará ainda mais destaque.
No ano passado, foram produzidos cerca de 6 milhões de toneladas de tilápia mundialmente. O Brasil contribuiu com 400 mil toneladas, sendo que 123 mil toneladas foram produzidas no Paraná.
AEN