Acusado de chefiar uma organização criminosa instalada na Prefeitura Municipal sob seu governo, o ex-prefeito Reni Pereira presta depoimento nesta terça-feira (10) na sede da Justiça Federal de Foz do Iguaçu. A fase de oitivas do político começou no início deste mês de setembro, entre os dias 4, 5 e 6, para ser retomada hoje, com previsão de término na próxima quinta-feira (12).
Pereira é acusado pelo Ministério Público Federal de comandar uma quadrilha que teria desviado recursos federais direcionados originalmente para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e ao Sistema Único de Saúde (SUS) em Foz do Iguaçu.
O relatório final dos inquéritos da Polícia Federal (PF), referente a 5ª e 6ª fases da Operação Pecúlio, concluiu que havia um “mensalinho” supostamente operacionalizado pelo ex-prefeito de Foz do Iguaçu Reni Pereira (PSB) para manter sua base de apoio Câmara de Vereadores da cidade. Entre os denunciados figuram vereadores, ex-vereadores, empresários e ex-secretários municipais. As acusações vão de crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, organização criminosa, falsidade ideológica, prevaricação, advocacia administrativa até fraude à licitação.
As investigações demonstraram ainda que recursos federais desviados de pagamentos de obras e serviços realizados por empresas contratadas pelo Município serviam para realizar o pagamento de propina para financiamento de campanhas políticas. “No curso das investigações no bojo da ‘Operação Pecúlio’, coletou-se ampla prova acerca da existência de uma Organização Criminosa chefiada pelo Prefeito Reni Clóvis de Souza Pereira, infiltrada na Administração Pública Municipal, com o objetivo de obter, direta e/ou indiretamente, vantagens de natureza econômica e pessoal, mediante a prática de graves infrações penais, tais como corrupção ativa, passiva, peculato, fraude à licitação, dentre outras correlatas”, pontua a denúncia formulada pelo MPF.
A defesa do ex-prefeito sustenta inocência em todas as acusações.