O jornal Folha de São Paulo prestou homenagens ao médico Adir da Rocha Saldanha, falecido na última sexta-feira, 23. O médico residia em Foz do Iguaçu desde 1976 e foi muito querido pelos iguaçuenses.
Confira a matéria completa publicada pela Folha:
SÃO PAULO
Patrícia Pasquini – Clínico geral, ginecologista, acupunturista e homeopata, Adir da Rocha Saldanha, 74, foi um dos responsáveis pelo atendimento médico dos operários do canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Itaipu, desde 1976. T
ambém ocupou cargo de secretário de saúde do município e de vereador. Saldanha nasceu em Bagé (RS), mas morou em algumas cidades do Paraná e no Recife. Antes de ser médico, formou-se em mecânica de jatos na Força Aérea Brasileira.
“Não tenho queixa”. O genro, o administrador de empresas Samuel Treicik, 40, lembra que ele repetia a frase a todos que o cumprimentavam. Adepto de vida simples, alegre, generoso e espirituoso, sua paixão era a família. “Ele adorava sair para jantar com todos e depois falar sobre história do Brasil.”
Os domingos eram dedicados ao noticiário. “Meu sogro comprava revistas e jornais, e ficava o dia inteiro lendo notícias”, conta Treicik.
Desde que descobriu o câncer nos rins, há nove anos, Saldanha começou a se preparar para a morte. Espírita, enfrentou a situação com naturalidade e sem mudar a rotina. Trabalhou até um dia antes de ser internado.
Uma das filhas lembra com carinho dos momentos vividos na infância. “Ele foi um paizão. Mesmo após muitas horas de plantão, chegava em casa cansado e ia brincar com as crianças.” Saldanha deixou um conselho aos filhos: “quando forem fazer qualquer coisa, pensem que estão entrando numa guerra e que para entrar numa guerra precisa ser de canhão e não de canivete.”
Adir da Rocha Saldanha morreu no dia 23 de agosto. Deixa uma companheira, três filhas, três netos e três genros.