Depois de bater em julho os recordes de produtividade e eficiência mensal, nos seus 35 anos de operação, a usina de Itaipu ultrapassou no sábado, 17, a marca dos 50 milhões de megawatts-hora (MWh). Nenhuma outra fonte de energia no Brasil, dentre as mais de três mil plantas existentes, segundo o site da Agência Nacional de Eletricidade -Aneel, atingirá esse volume no ano.
Os 50 milhões de MWh são bastante significativos, já que o cenário hídrico nacional não está nada favorável para a produção de energia. O inverno costuma ser um período seco nas regiões Sul e Sudeste do Brasil e as chuvas ocasionais, que sempre ocorrem junto com as frentes frias, têm sido fracas. Com isso, o armazenamento de água para geração de energia também está abaixo da média, o que levou a Aneel a acionar a bandeira vermelha, em agosto (era amarela, em julho).
Não há risco de faltar energia elétrica no Brasil, porque a produção das termoelétricas e das eólicas, na região Nordeste, tem compensado a redução da geração das hidrelétricas.
Não fosse a boa produção de Itaipu, a situação poderia ser ainda pior. Quanto mais a hidrelétrica produz, mais ela contribui para baixar a conta de luz do consumidor.
Além dos contratos
Por obrigação contratual, a usina precisa entregar para a Eletrobras e a estatal paraguaia Ande 75 milhões de MWh por ano, mas, desde a década de 1990, a binacional tem estregue muito mais que isso. Em 2006, produziu 103,1 milhões de MWh – maior produção anual registrada no mundo por uma usina.
O diretor-geral brasileiro, general Joaquim Silva e Luna, diz que Itaipu só tem conseguido obter bons números na operação em um ano atípico especialmente pela excelência dos equipamentos e o compromisso e capacidade técnica dos empregados brasileiros e paraguaios, que não medem esforços para melhorar os índices da usina, considerando todos os aspectos da geração. “É um time jogando junto e afiado pelo melhor resultado.”
O diretor técnico executivo da Itaipu, o engenheiro Celso Torino, vai na mesma linha. “Esse resultado é fruto de diversas variáveis, entre elas, o desempenho da usina e a dedicação dos profissionais brasileiros e paraguaios.” No acumulado de todos os anos em funcionamento, Itaipu já produziu 2,6 bilhões de MWh, suficiente para suprir o planeta inteiro por 41 dias.
Assessoria (Foto: Alexandre Marchetti)