Aconteceu nesta semana em Assunção, no Paraguai, o I Seminário de Integração da Infraestrutura de Transporte Rodo-ferroviário da América do Sul que reuniu representantes brasileiros e paraguaios do Parlasul. O seminário foi proposto pelo deputado federal paranaense Ricardo Barros com o objetivo de discutir a rota Bioceânica ligando Paranaguá à Antofagasta, no Chile, encurtando espaços entre o oceano Atlântico e o Pacífico.
Durante o evento, o ministro de Obras Públicas e Comunicações do Paraguai, Arnoldo Wiens, anunciou que o país está projetando construir uma ferrovia ligando Carmelo Peralta, que fica na fronteira com Porto Murtinho, Mato Grosso do Sul, até a cidade de Salta, ao Norte da Argentina. Para isso já está reservada uma faixa de 60 metros ao lado da rodovia que dará acesso a Ponte sobre o Rio Paraguai na fronteira entre Carmelo Peralta (PY) e Porto Murtinho (BR). A ponte será financiada pela Itaipu, lado paraguaio, e já teve o edital lançado no dia 20 de julho.
O anúncio paraguaio não favorece Foz do Iguaçu, pois a expectativa era de que a rota ferroviária do Paraguai tivesse ponto de chegada em Presidente Franco, onde está sendo construída a Ponte da Integração. O governador do Paraná Carlos Massa Ratinho Junior já anunciou que pretende construir um braço da Ferroeste ligando Cascavel à Foz do Iguaçu, no entanto, com o projeto paraguaio, Guaíra, que faz fronteira com o Mato Grosso do Sul, e que também espera um braço da ferroeste, saí em vantagem.
Autoridades do Mato Grosso do Sul comemoraram o anúncio do Ministro de Obras do Paraguai. O secretário de estado do Mato Grosso do Sul, que integrou a comitiva do estado na reunião, Jaime Varruck, ressaltou que a obra terá grandes impactos no estado, “Mato Grosso do Sul está no centro dessa discussão, existe hoje um pensamento único no estado em prol do desenvolvimento”, comemorou.
Os sul matogrossenses também estão comemorando a construção da ponte entre Carmelo Peralta e Porto Murtinho. A ligação dará ao Mato Grosso do Sul acesso aos portos do Chile, no oceano Pacífico. O Paraguai confirmou que está pavimentando 600 quilômetros da rota que corta o seu território, o que reduzirá em 17 dias o trajeto de viagem das commodities de Mato Grosso do Sul até o mercado asiático, sem a necessidade de usar os porto de Paranaguá (PR) ou de Santos (SP).
Com informações do Campo Grande News