Aconteceu em Foz do Iguaçu na última semana mais uma reunião do Gabinete de Gestão Integrada de Fronteira (GGIF). A reunião contou com a participação do coordenador geral de combate ao crime organizado, do Ministério da Justiça, Wagner Mesquita. Em entrevista à Rádio Cultura, Mesquita disse que uma das ações fundamentais para combater o crime organizado é identificar agentes corruptos dentro das instituições de segurança na região de fronteira.
“Infelizmente temos problemas de corrupção de servidores públicos que tem de ser combatido aqui na região” afirmou Mesquita. Ele participou da reunião do GGIF para apresentar o Centro Integrado de Operações de Fronteiras (CIOF), projeto idealizado pelo Ministro Sérgio Moro que terá plano piloto em Foz e deverá estar funcionando até o fim do ano.
Recentemente o secretário estadual de segurança pública, Coronel Rômulo Marinho Soares, já afirmou que o problema de policiais corruptos na região é grave. De acordo com o secretário uma operação deverá ser desencadeada assim que o serviço de inteligência levantar provas contra os agentes.
Para Mesquita, um dos fatores que fortalecem o crime organizado é a conivência de agentes corruptos. “Uma das vertentes do crime organizado é a corrupção dos servidores públicos” disse ele, ressaltando que é necessário uma atuação forte das próprias instituições de segurança, “as instituições precisam estar atenta para cortar na carne, as policias tem que fazer isso, as corregedorias precisam ser bem atuantes para identificar esses servidores” pontuou.
O coordenador salienta que o combate ao crime organizado precisa começar pela fronteira, “é um ponto focal, nevrálgico, é uma porta de entrada, além da questão do contrabando, da sonegação fiscal, também de drogas e armas que utilizam as mesmas rotas”. Para ele, quando o combate acontece na fronteira, dificulta a atuação do crime organizado nos grandes centros urbanos, “o enfrentamento aqui seca uma torneira que deixa de levar para os grandes centros, não existe combater crime organizado se esquecer a fronteira, onde o dinheiro entra” disse.
Porém ele afirma que o combate precisa começar identificando os agentes corruptos, que são seduzidos pelo dinheiro que vem do crime. “É preciso identificar os servidores que eventualmente acabam caindo na sedução dinheiro do contrabando ou da criminalidade e afastar esses servidores e fazerem eles responderem diante da justiça” completou.