A ministra de Estado da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou nesta quinta-feira (1º), em Foz do Iguaçu (PR), que pretende levar a experiência do projeto de canoagem Meninos do Lago, desenvolvido por Itaipu Binacional e parceiros, para regiões ribeirinhas do Brasil. Segundo ela, a ideia é fazer um projeto-piloto na Ilha de Marajó, no Estado do Pará, atendendo crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.
“Itaipu faz um trabalho social incrível, que precisa ser replicado”, defendeu. “É um trabalho social que deu certo aqui, que já produziu campeões mundiais, e queremos levar também para a ilha da Marajó. Porque lá nós também temos campeões mundiais anônimos, esquecidos. Vamos atrás deles. Espero que essa parceria [com Itaipu] seja para vida toda”, completou.
A ministra esteve na cidade para participar do lançamento da campanha “Criança não é brinquedo”, da Receita Federal, e depois cumpriu agenda na binacional. Um dos compromissos foi no Parque da Piracema, onde ela conheceu o projeto Meninos do Lago e conversou com coordenadores e jovens atendidos pelo programa.
A ministra também fez uma visita técnica à usina, conheceu o circuito turístico e participou de uma reunião de trabalho no Centro Executivo da Itaipu, na Vila A, onde foi recebida pelo diretor-geral brasileiro, Joaquim Silva e Luna, e pelos diretores de Coordenação, Luiz Felipe Carbonell, e técnico executivo, Celso Torino.
Durante a reunião, Damares conheceu outros projetos na área de responsabilidade social de Itaipu e também o trabalho da Rede Proteger, composta por cerca de 40 entidades da região (entre elas, a própria Itaipu) e que atua na área de proteção e garantia dos direitos da criança e do adolescente na região. A apresentação foi feita pelo assistente da Diretoria de Coordenação, Márcio Ferreira Bortolini.
A ministra disse que ficou impressionada com o alcance e os resultados obtidos pelos projetos da binacional. Para ela, Itaipu é exemplo de empresa pública que atua com responsabilidade social. Disse ainda que pretende sugerir a todos os ministros que também conheçam a usina e seus projetos. “Queremos fazer parcerias com Itaipu para alcançar os inviabilizados do Brasil.”
Damares deu como exemplo a situação do município de Melgaço (PA), no arquipélago do Marajó, que tem 24 mil habitantes e o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do País. O local é cercado por água e conta com uma população jovem e disposta a aprender esportes aquáticos. Só falta incentivo.
“Nós temos lá [na Ilha de Marajó] crianças em situação de vulnerabilidade, crianças que as políticas públicas ainda não alcançaram. E aqui a gente viu que não é só o Estado que tem que cuidar. A responsabilidade social é de todo mundo. Itaipu fez e deu certo, está cumprindo o seu papel. E hoje tem know-how para ajudar, para ensinar e para contagiar os outros a fazer também”, declarou.
A ministra disse ainda que visitar Itaipu era um sonho e que teve a expectativa superada. “Saio da maior geradora de energia do mundo com a energia renovada”, afirmou, “e disposta a continuar acreditando que o sonho é possível. Porque Itaipu é um sonho que foi realizado”.
Mais de 3 mil beneficiados
Os projetos de responsabilidade social desenvolvidos por Itaipu em parceria com outras entidades atendem diretamente a mais de 3 mil crianças e adolescentes da rede pública de ensino de Foz do Iguaçu e região. São iniciativas ligadas ao esporte, à educação, capacitação, formação profissional e combate ao uso de entorpecentes.
Só podem participar dos programas alunos que estejam matriculados e tenham frequência na escola. A Itaipu faz acompanhamento de desempenho escolar e presta suporte social às famílias dos beneficiários.
Um dos projetos que ganhou impulso em 2019 foi justamente o Meninos do Lago, que a ministra conheceu no Parque da Piracema. O projeto é voltado para alunos de 5 a 16 anos de idade e atende neste ano cerca de 600 estudantes das escolas públicas de Foz do Iguaçu. O número é seis vezes maior do que o registrado no ano passado.
As aulas de canoagem são feitas no Canal Itaipu, dentro do complexo hidrelétrico, e em centros de convivência da prefeitura. O projeto é coordenado pela Itaipu, em parceria com o Instituto Meninos do Lago (Imel), Federação Paranaense de Canoagem e prefeitura municipal. Alguns dos principais atletas da modalidade do Brasil foram revelados pelo projeto.
Além dos jovens, neste ano o Meninos do Lago passou a beneficiar adultos com deficiência. A intenção de Itaipu é, no futuro, abrir o projeto também para as crianças com deficiência, promovendo a inclusão por meio do esporte.
Assessoria