Desde que o diretor paraguaio da Itaipu, José Alberto Alderete Rodríguez, renunciou o cargo, confirmado na tarde de ontem, segunda-feira, 29, iniciou-se uma disputa interna pela direção da hidrelétrica entre a equipe de confiança do presidente Mario Abdo Benítez (Marito). De acordo com o jornal Última Hora, todos estão de olho no gerenciamento do orçamento milionário da Binacional.
Segundo o Última Hora, o cargo é cobiçado por políticos e técnicos. No entanto, o nome mais forte até o momento para assumir é o da diretora financeira da Itaipu, Mónica Pérez. Ela fazia parte da equipe de confiança do ex-diretor Alderete, que a instituiu no cargo. Além disso, ela goza do respaldo do Ministro da Fazenda, Benigno López, que é irmão do presidente Marito e da primeira dama, Silvana Abdo.
Entre os políticos, a bancada do presidente na Câmara dos deputados indicou o nome de Ramón Romero Roa que pertence ao partido colorado e é conhecido dirigente de Alto Paraná. Ele já esteve no cargo durante o governo de Nicanor Duarte Frutos, presidente paraguaio entre 2003 e 2008.
O ex-presidente Nicanor chegou a ser sondado para o cargo, porém não aceitou.
O atual Ministro de Obras, Arnoldo Wiens também é um forte candidato, já que goza da confiança do próprio presidente Marito. E há ainda a possibilidade do ex-ministro da Fazenda na gestão de Nicanor, Ernest Bergen e também ex-ministro da Fazenda, Dionísio Borda.
De acordo com o jornal Última Hora, Marito esteve reunido com a equipe até altas horas da noite para definir os rumos que o governo deverá tomar.
Todo o caos político que vive o Paraguai está relacionado ao novo acordo energético assinado por Marito e Bolsonaro em maio desse ano. A Oposição pediu a saída de Mario Abdo Benítez após considerar que o novo tratado traria um prejuízo de 250 milhões de dólares ao Paraguai.
Em entrevista ao jornal ABC Collor, o ex-presidente Nicanor Duarte Frutos, que é próximo de Marito, chegou a afirmar que o presidente assinou o tratado sem conhecer os termos do acordo.