Ele tem menos idade e estatura que a maioria dos concorrentes, mas quando o gate cai, qualquer sombra de desvantagem desaparece – e a sua moto, também. O piloto Caio Grosbelli tem apenas nove anos, mas talento de sobra. Atualmente, está invicto na categoria 50cc do Campeonato Brasileiro de Motocross e já é apontado como promessa na modalidade.
O paranaense de Medianeira começou a pilotar aos quatro anos, seguindo os passos do pai, que se aventurava no off road. Logo, os resultados chamaram a atenção de todos. “Ele era tão pequeno que eu precisava segurar a moto enquanto estava parado. Já na primeira corrida conquistou o sexto lugar, empurrando quem estava na frente. Desde que entrou numa pista ele tem sangue nos olhos”, brinca o pai, Cléber.
Em pouco tempo a paixão pela adrenalina entrou nas veias. Caio passou a competir em provas não só no motocross, mas também no velocross. No precoce currículo, há vitórias no Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, além das conquistas da Copa Dirt Racing de Velocross (categorias 50cc e 65cc), da Copa Oeste de Velocross e Motocross (categorias 50cc e 65cc), dentre outros troféus.
Orgulho da família
Os pais, a irmã mais velha, avós, amigos. Todos acompanham e se animam com a carreira do garoto. “Quando é aqui todos vão conferir e quando é longe, como no Brasileiro, o pessoal assiste a transmissão ao vivo. Mas sempre tem gente motivando, mandando mensagem, ligando, desejando sorte”, afirma Cléber.
Costelas, saltos e dificuldades
Caio é de uma família simples, filho de construtor civil e de uma dona de casa, que suam muito para possibilitar que o menino continue acelerando o sonho de se tornar piloto profissional. São eles que arcam com a maioria dos custos da moto, equipamentos e despesas em viagens – o que pesa no bolso.
“As etapas do Brasileiro quase sempre são longe. Ida e volta, percorremos mais de 2,5 mil quilômetros às vezes. Então é combustível, pedágio, alimentação. Tem sido difícil aguentar, mas a determinação dele, o jeito como ele se esforça para competir, é o que nos incentiva a continuar”, relata o pai.
Além da questão financeira, há a estrutural – ou a falta dela, no caso. Caio treina numa pista de velocross de um amigo da família e quando quer aquecer para o motocross precisa se deslocar para outra cidade. Ainda, o garoto não tem acompanhamento de qualquer tipo de profissional, como personal trainer ou nutricionista.
Mesmo assim, conta com o apoio de parceiros, sem os quais seria inviável se manter no esporte. Entre eles, estão as empresas Jessica Chic, Mega Malhas, Pedro e Maria Moda Kids, Paçoca Suspensões, Mpr Manos Racing, Renova Grafix, Magia e Cores, Casa Nova Materiais de Construção, AC Construtora, Vepeças, Silveira e Soares Transportes, Paulinho Motor Sports, CT Tum.
Hora de torcer o punho
Quem quiser ver Caio disseminando talento e adrenalina nas pistas já pode marcar o dia 19 de agosto na agenda. Na ocasião, ele participa da quinta etapa do Campeonato Brasileiro de Motocross, em Faxinal (PR).
Há, ainda, o sonho de correr no exterior. “Gostaria muito de ver ele competindo onde o off road é mais valorizado e incentivado, como nos Estados Unidos. Porém, os custos para participar das categorias de base lá são muito altos. Aqui no Brasil temos ótimas expectativas para ele. Todos se impressionam com sua performance e, com certeza, há muitas conquistas vindo por aí”, destaca o pai, orgulhoso.