A informação foi adiantada na quinta-feira (23) durante encontro inédito da diretoria da binacional com todas as forças de defesa e órgãos de segurança da região onde está a usina. O projeto-piloto foi idealizado pelo ministro Sérgio Moro e reforça o trabalho de integração e inteligência entre as forças de segurança no combate ao crime organizado.
Para o diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna, os 187 km de fronteira da região trinacional (Brasil, Paraguai e Argentina) geram a necessidade de uma defesa conjunta e constante.
Ele recebeu pela primeira vez de forma conjunta todas as forças de defesa e os órgãos de segurança que têm atuação na região para falar da cooperação mútua entre essas instituições e da participação da Itaipu. Só em convênios e parcerias, a usina investiu R$ 27 milhões em segurança, desde 2015, e prevê outros R$ 13 milhões para a mesma finalidade.
Outros projetos importantes para reforçar a segurança na região são o apoio à implantação do sistema E-gates, de controle migratório na fronteira com a Argentina, e a implantação de um sistema de monitoramento por câmeras de reconhecimento facial e de placas de veículos na Ponte da Amizade, entre Brasil e Paraguai.
Criar vínculos
“Nesta área de inteligência é preciso construir confiança para dividirmos as informações e isso é um trabalho constante. Nada melhor para a construção da confiança do que manter o contato pessoal, estar junto e olhar no olho das pessoas”, afirmou Joaquim Silva e Luna.
De acordo com ele, a empresa aproveita a sua reputação e seu peso institucional para ajudar a criar os vínculos entre as instituições. “Na Itaipu, o ambiente de cooperação não é opção, é impositivo. Precisamos trabalhar juntos, trocando informações e inteligência.”
O encontro reuniu representes das Forças Armadas; dos órgãos de segurança pública, como Polícia Federal, Rodoviária, Civil, Militar e Ambiental; além de Receita Federal, Corpo de Bombeiros, Departamento de Trânsito (Detran), Núcleo Especial de Polícia Marítima (Nepom) e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Força conjunta
Durante a reunião, o chefe da Assessoria de Informações da Itaipu, coronel Francisco Ronald Rocha Fernandes, e o superintendente de Segurança Empresarial, coronel Alfredo Santos Taranto, apresentaram uma visão geral da relação da empresa com os órgãos de defesa e de segurança.
O coronel Taranto explicou os diferentes níveis de prioridade de atuação da segurança orgânica da Itaipu dentro da binacional. Segundo ele, a Casa de Força tem prioridade máxima de segurança, dada a importância estratégica da produção de energia ao Brasil e o Paraguai. “Este é o coração de nossa preocupação com segurança na Itaipu”, resumiu Taranto. “Mas, fora de nossas dependências, os empregados não têm poder legal de atuação, por isso são necessários os convênios com os órgãos de segurança da região.”
Parcerias
Ronald destacou os principais convênios e acordos de cooperação entre Itaipu e os órgãos de defesa e segurança. Entre as parcerias, está a cessão da base náutica em Entre Rios do Oeste para a Polícia Militar do Paraná instalar um Batalhão de Polícia de Fronteira, além dos estudos para cessão de outra área, em Santa Helena, que será usada pela Polícia Federal.
Ele também comentou sobre o apoio logístico com a compra de combustível e óleo diesel e a troca de informações da rede de inteligência dos municípios lindeiros. Em parceria com o Exército Brasileiro, por exemplo, a Itaipu mantém um convênio relacionado à segurança cibernética.
“Este tema será fundamental para Itaipu, especialmente, durante a atualização tecnológica da usina”, afirmou o chefe da Assessoria de Informações da Itaipu. Ele também destacou a parceria com a Abin no Programa Nacional de Proteção do Conhecimento Sensível (PNPC). No início de junho, a Agência vai enviar para Itaipu um relatório de análise de risco interno da empresa.
Fonte: Itaipu Binacional