A Polícia Federal e a Receita Federal, em ação conjunta, deflagraram hoje (15.05) a Operação Freeway, com o propósito de desarticular uma organização criminosa transnacional estabelecida em Foz do Iguaçu e especializada na lavagem de dinheiro, evasão de divisas, gestão fraudulenta e contabilidade paralela.
Sessenta policiais federais e 10 servidores da Receita Federal estão cumprindo 27 ordens judiciais expedidas pelo juízo da 23ª Vara Federal Criminal de Curitiba/PR, sendo 4 Mandados de Prisão Preventiva, 5 ordens de instalação de tornozeleiras eletrônicas e 18 Mandados de Busca e Apreensão, todos em Foz do Iguaçu.
A Operação Freeway é um desdobramento da Operação Confraria Cataratas, deflagrada pela Polícia Federal e pela Receita Federal em 28/09/2017, também em Foz do Iguaçu/PR, na qual ficou apurado que, freqüentemente, 3 casas de câmbio da cidade compravam e vendiam moedas estrangeiras em desconformidade com as diretrizes estabelecidas pelo Banco Central.
A análise do material apreendido na Operação Confraria Cataratas revelou que os responsáveis por uma das três casas de câmbio investigadas, além de operarem irregularmente no mercado de câmbio, integravam uma organização criminosa transnacional especializada na prática de diversos delitos contra o sistema financeiro.
As investigações demonstraram que, no período de 2011 a 2017, o grupo criminoso cambiou ilegalmente centenas de milhões de dólares. Grande parte desse montante foi evadido para o Paraguai, especialmente para empresas que comercializam produtos eletrônicos, enquanto outra grande parte foi remetida para empresas de turismo sediadas em Foz do Iguaçu/PR e controladas pela organização.
A investigação revelou, ainda, que essa organização criminosa operava como uma espécie de “banco de compensações”, casando o interesse de contrabandistas brasileiros interessados em remeter dinheiro para o Paraguai com o interesse de empresários estabelecidos no Paraguai interessados em remeter dinheiro para o Brasil.
A Justiça também determinou o sequestro dos bens imóveis e dos valores pertencentes aos investigados. Estima-se que o patrimônio seqüestrado ultrapasse a quantia de R$ 40 milhões.
Nome da operação
A operação foi batizada de “freeway” especialmente em razão de a orcrim fazer uso constante de um sistema informatizado assim denominado para realizar o controle paralelo das suas operações ilegais de câmbio e de evasão de divisas.
Os crimes praticados
Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa transnacional, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, gestão fraudulenta e contabilidade paralela (artigo 2, caputc/c §4º, III e V, da Lei nº 12.850/2013; artigo 1, §2º, I c/c/ §4º do da Lei nº 9.613/98;artigos 4, 11 e 22 da Lei nº 7.492/86).
Assessoria PF