Segurança pública e cidadania caminham lado a lado. O Projeto Oficina-Escola, do 14º Batalhão de Polícia Militar (14º BPM), idealizado em conjunto com o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF), pretende aumentar a disponibilidade de viaturas para o serviço policial em Foz do Iguaçu e nas cidades da região, e ainda promover a formação profissional de adolescentes e jovens em vulnerabilidade ou risco social. A proposta foi apresentada ao Conselho Municipal de Turismo (Comtur).
A Oficina-Escola deverá ser edificada no quartel do 14º BPM e dotada de modernos recursos de aprendizagem e operação. Adolescentes e jovens serão instruídos em mecânica básica e receberão reforço escolar, disciplina e valores, possibilitando a eles inserção no mercado de trabalho. O diferencial é que, com as centenas de aulas práticas, ocorrerá a manutenção das viaturas policiais, gerando economia para o contribuinte.
Pesquisa de mercado subsidiou o projeto, de forma que os principais empresários do ramo da mecânica em Foz do Iguaçu demonstraram interesse em acompanhar a formação e contratar esses jovens. “É uma manifestação de confiança no trabalho da Polícia Militar e uma evidente necessidade do mercado”, afirma o chefe da Seção de Logística e gerente de Projetos do 14º BPM, o capitão Edson Dal Pozzo.
O Projeto Oficina-Escola poderá reduzir a indisponibilidade de frota – viaturas paradas aguardando manutenção mecânica – dos atuais 45% para 15%, o que significa maior capacidade operacional para o 14º BPM, que atende Foz do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu, Medianeira, Serranópolis, Missal e Itaipulândia.
Não apenas a frota do batalhão da PM deverá ser beneficiada. Haverá capacidade para realizar parte da manutenção preventiva de outras unidades da PM e demais órgãos policiais, consolidando-se ainda mais a integração característica em Foz.
O capitão Edson Dal Pozzo é o oficial designado pelo comando do 14º BPM para, junto com o IDESF, viabilizar esse inovador e ousado empreendimento. “O projeto captura sinergias para a segurança pública no curto, médio e longo prazos. É a polícia comunitária em sua essência, uma vez que atua nas causas da criminalidade e violência”, destaca o capitão. “Estabeleceremos, junto com os apoiadores do projeto, ferrenha concorrência ao crime organizado, disputando o jovem para que siga o caminho do bem”, complementa o oficial.
O outro objetivo do projeto, aponta Dal Pozzo, é garantir mais viaturas policias nas ruas. “A disponibilidade de frota é decisiva para a segurança pública. A deterioração dos veículos policiais é muito rápida, e o custo do conserto é alto, pago pelo contribuinte”, enfatiza. “A Oficina-Escola contribuirá para a manutenção preventiva, melhorando as condições para nossos policiais atenderem a população”, conclui o capitão.
Aberto a parcerias
De acordo com Carlos Silva, presidente do Comtur, o Projeto Oficina-Escola foi apresentado a entidades empresariais e do poder público que compõem o conselho, setores diretamente ligados à segurança pública e a causas sociais. “Com isso, a informação sobre os benefícios do projeto circula de forma abrangente, envolvendo a sociedade de forma ampla”, ressalta.
Conforme o capitão Edson Dal Pozzo, para ser implantado já a partir do início do próximo ano, o projeto, que tem o aval do Juizado da Infância e da Juventude, do Ministério Público do Trabalho e da Justiça Federal, necessita de parcerias e apoio.
Projeto pioneiro baseado na experiência
A Oficina-Escola é uma proposta pioneira no Paraná, mas nasce de uma experiência na área social mantida pelo 14º BPM em parceria com a Justiça Federal: o Projeto Horta Solidária, que hoje emprega mais de cem prestadores de serviços à comunidade e disponibiliza produção gratuita de hortifrutigranjeiros para dezenas de entidades.
Já em seu primeiro ano, o projeto obteve o segundo lugar no Concurso Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) de Boas Práticas de Gestão. “Os alimentos complementam, de forma saudável e nutritiva, dez mil refeições semanais nas entidades iguaçuenses”, expõe Dal Pozzo. “Essa expertise em projetos sociais deverá balizar o Projeto Oficina-Escola e atrair investidores”, finaliza o capitão da PM.
Por, Grampo Comunicação