Os educadores da rede estadual de ensino suspenderão as aulas nesta segunda-feira, 29, nos períodos da manhã, tarde e noite. Conforme levantamento da APP-Sindicato/Foz, a paralisação deverá chegar a 80% das escolas em Foz do Iguaçu e região, área de abrangência do núcleo sindical.
A categoria promoverá ato público com concentração, a partir das 8h, na Praça da Paz. Além de professores, pedagogos e funcionários de escolas, o sindicato espera a adesão ao movimento de estudantes, pais e mães de alunos.
Representados pela Adunioeste e Sinteoeste, os docentes da Unioeste também decidiram paralisar as atividades na segunda-feira. Os professores da Unila cruzarão os braços durante todo o dia 29 de abril, conforme deliberação em assembleia da Sesunila, que representa a categoria.
De acordo com Cátia Castro, presidenta da APP-Sindicato/Foz, os educadores da rede estadual de educação pretendem rememorar a ação policial repressiva contra a categoria ocorrida no dia 29 de abril. Ainda vão reivindicar uma longa pauta de investimentos na educação e diretos trabalhistas.
“Nossos salários estão congelados há três anos. Nossa remuneração está quase 30% abaixo do piso salarial nacional instituído por lei”, expõe Cátia. “Enquanto isso, os governos aumentam a nossa jornada de trabalho com o corte da hora-atividade e a imposição da hora-relógio”, aponta.
De acordo com Cátia, os sucessivos governos do estado do Paraná têm adotado uma agenda que investe contra a qualidade de ensino, a fim de justificar a terceirização e a privatização da escola pública. A educadora explica que esse projeto repercute diretamente na qualidade do ensino.
“Faltam profissionais, pois não há concurso público. Isso afeta na qualidade de ensino, na organização escolar e, principalmente, implica em adoecimento da categoria”, revela a dirigente sindical. “Ao não abrir diálogo sobre a pauta educacional e dos trabalhadores, o atual governo demonstra que educação não é sua prioridade”, pondera Cátia Castro.
Adesão de 80%
De acordo com o secretário de Organização da APP-Sindicato/Foz, Diego Valdez, os educadores participarão do ato público em Foz do Iguaçu e fortalecerão a mobilização estadual em Curitiba (PR). Ônibus será disponibilizado para o transporte até a capital.
Valdez explica que o sindicato trabalha com a estimativa de paralisação em 80% das escolas de Foz do Iguaçu e região. Essa projeção considera o levantamento feito junto aos educadores e os contatos mantidos diretamente com a categoria durante visitas aos estabelecimentos de ensino.
“Essa é uma data histórica para nós, educadores, pois rendemos homenagem aos colegas que sofreram a violência durante um movimento legítimo e pacífico a favor da escola pública”, frisa Diego Valdez. “Além de revisitar a história, a mobilização cobra do Governo do Estado a nossa pauta”, conclui.
Grampo Comunicação