O prefeito Chico Brasileiro disse nesta segunda-feira, 01, que pediu a abertura de uma sindicância para investigar os motivos que levaram a Copel realizar o corte de energia na Favela Monsenhor Guilherme. A Guarda Municipal fez escolta para os funcionários, que retiraram o cabeamento que fornecia energia para os moradores.
Segundo o prefeito, há um termo de ajustamento de conduta, (TAC), com o Ministério Público Federal, que garante a permanência dos moradores no local, com energia e água, até que o Conjunto Habitacional Angatuba, na região do Gleba Guarani, seja concluído. Os moradores da Favela Monsenhor Guilherme serão realocados para o novo condomínio.
No entanto, segundo Chico, há informações de que novos barracos foram construídos no local, o que não é permitido pelo TAC. A prefeitura tem a responsabilidade de garantir que novos moradores não entrem no local. Mas o prefeito diz que o corte do fornecimento de energia foi além dos barracos novos.
“Não vou botar culpa na Copel, é uma empresa séria, e quando é chamada precisa agir, mas me parece que há algo a mais, eu quero entender essa história”, disse. “Por que a ação foi estendida à moradores que estão protegidos pelo TAC? É isso que eu quero entender” questionou o prefeito. “Quero compreender que informações passaram pra Copel, a empresa mesmo não faz isso, ela mesma está interessada em fornecer energia”. O prefeito disse que não sabe quem deu a ordem para o corte da energia, e por isso pediu a sindicância.
Na última sexta-feira, 29 de março, moradores realizaram manifestações no local fechando vias e queimando pneus no local. A prefeitura também encaminhou uma nota por meio de assessoria negando responsabilidade no caso.
Nota:
O Governo do Município de Foz do Iguaçu foi informado hoje, (sexta, 29 de março) da situação envolvendo incêndio em vias públicas e a manifestação de populares. A manifestação proposta por residentes da região conhecida como “Favela Monsenhor Guilherme” tratava do desligamento dos serviços de fornecimento de energia elétrica e abastecimento de água.
Tais serviços não são providos pela Prefeitura Municipal e, segundo as concessionárias responsáveis, trata-se de ligações clandestinas.
Existe, porém uma Ação Civil Pública instaurada pelo Ministério Público Federal no ano de 2013, em fase de cumprimento de sentença onde o município é obrigado a “realocar as famílias e desocupar e revitalizar as áreas relativas às comunidades do Monsenhor Guilherme e Cemitério”, que deveria ter ocorrido até o ano de 2015.
Para o cumprimento integral desta sentença, o município iniciou em 2018 a construção do Residencial Angatuba, que deverá receber essas famílias. A previsão de conclusão da obra é em novembro de 2019.
O Governo do Município de Foz do Iguaçu reafirma seu compromisso com o bem estar social e em nenhum momento foi consultado sobre a interrupção da prestação dos serviços por parte das concessionárias e não possui meios de impedir a ação dessas empresas.
Foto de capa: Tribuna Popular