O estudante de Geografia da Universidade federal da Integração Latino-Americana (Unila), Vinícius Fernandes de Oliveira, elaborou um atlas ambiental e geográfico sobre a microrregião de Foz do Iguaçu, como parte de um projeto de iniciação científica. O atlas reúne mapas e informações sobre hidrografia, geomorfologia, solos, vias de circulação, Produto Interno Bruto (PIB) e população dos 11 municípios que compõem a microrregião de Foz do Iguaçu. O atlas está disponível na página geograben.wixsite.com/atlasfoz. O acesso é gratuito e aberto.
“A proposta é que o atlas possa ser usado nas escolas – nos ensinos fundamental e médio – e também em consultas acadêmicas. Disponibilizamos o material em um site, para representar as informações coletadas de maneira acessível a todos”, aponta Vinícius. Ele explica que a sistematização da informação ambiental assegura o acesso a uma informação de qualidade e de importância para tomadas de decisão. Nesse sentido, “o atlas pode ser usado nas áreas de planejamento territorial e ambiental, no ambiente escolar e em estudos urbanos”, reitera o estudante, que foi bolsista do projeto de iniciação científica “Elaboração de Atlas Ambiental Digital para a microrregião de Foz do Iguaçu/PR”, finalizado em agosto de 2018.
Para a produção de alguns mapas, foram coletados dados de fontes oficiais, entre elas o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), o Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) e a Diretoria de Serviço Geográfico do Exército Brasileiro (DSG). Dados com fonte primária foram obtidos a partir da pesquisa “Estudo da dinâmica espacial-temporal dos usos das terras da paisagem de Foz do Iguaçu/PR e suas relações com a estrutura da vegetação e estoque de carbono no solo em fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual”, coordenada pelo professor Samuel Adami, que também é orientador do projeto do atlas ambiental.
“O objetivo da pesquisa foi identificar as transformações no uso da terra nessa microrregião entre 1980 e 2017, e tentar dimensionar o efeito dessas mudanças no estoque de carbono no solo e na composição vegetal”, contextualiza o docente. Ele explica que, no Brasil, a maior fonte de liberação do dióxido de carbono (CO2) – um dos principais causadores do efeito estufa – é o fenômeno do desflorestamento. Portanto, “o reflorestamento pode ser uma forma de ‘enterrar’ carbono no solo por longos períodos, o que pode ajudar no reequilíbrio climático”, afirma Adami.
Retratos da microrregião de Foz do Iguaçu
Os dados obtidos na pesquisa possibilitaram a construção de mapas comparativos sobre o uso das terras e de carbono no solo, no período de 1980 e de 2017. Por meio desse comparativo, foi possível observar, por exemplo, a dimensão do aumento das áreas urbanas e da diminuição das áreas em regeneração, na microrregião de Foz do Iguaçu. Nesse contexto, o docente Samuel Adami destaca que o projeto do atlas traz informações importantes para quem quer conhecer essa região, com abordagem de temas como meio ambiente e uso do território. “O público em geral pode utilizar o atlas para conhecer melhor o lugar onde vive e como ponto de partida para refletir sobre seu papel na construção desse lugar”, aponta o docente.
A pesquisa, que aborda o uso das terras e de carbono no solo, foi iniciada em 2014 e finalizada em 2018. De caráter interdisciplinar, teve o envolvimento das áreas de Geografia, Química e Ciências Biológicas, sob coordenação, respectivamente, dos docentes da UNILA Samuel Adami, Henrique Almeida e Giovana Vendruscolo. Também participaram do estudo pesquisadores do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) e, ainda, diversos discentes de iniciação científica e de ações de extensão da UNILA, além de uma mestranda da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó).
Fonte: Unila