Juízes, advogados, procuradores, servidores e sindicalistas manifestaram em Foz do Iguaçu na terça-feira (22), em defesa da Justiça do Trabalho. O ato aconteceu na sede do órgão na cidade. A mesma manifestação aconteceu em mais 41 cidades do país, no primeiro dia da volta do recesso.
No última dia 3 de janeiro, o presidente Jair Bolsonaro disse em entrevista ao SBT, que o governo estuda o fim da Justiça do Trabalho. “Poderia fazer, está sendo estudado. Em havendo clima, poderíamos discutir e até fazer uma proposta [ao Congresso Nacional]”, afirmou Bolsonaro, dizendo que os processos trabalhistas têm de tramitar na Justiça comum – como ocorre em outros países.
O vice-presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), Helder Santos Amorim, participou no Foro Trabalhista de Brasília, do Ato em Defesa dos Direitos Sociais e da Justiça do Trabalho, convocado nacionalmente pela Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas (Abrat) com a adesão de diversas entidades de classe, instituições e organizações da sociedade civil.
Em seu discurso no evento em Brasília, o procurador reafirmou o compromisso de atuação da entidade na defesa da Justiça do Trabalho que, segundo ele, “é o mais importante instrumento de afirmação da cidadania brasileira”. Para o vice-presidente da entidade, o ato público teve caráter histórico. “Estamos vivendo um momento de profundo abalo das premissas humanistas que constituem fundamentos do nosso estado democrático de direito”, lembrou.
Segundo Helder Santos Amorim, a alardeada proposta de extinção da Justiça do Trabalho não se pauta em dados ou fundamentos verdadeiros, ancorando-se em argumentos falaciosos. Para ele, é necessário e urgente, neste momento, “questionar os discursos midiáticos” de maneira a propiciar reflexões construtivas.