A Tríplice Fronteira terá um protocolo de prevenção e combate à
febre amarela. O documento começou a ser construído por médicos,
enfermeiros e técnicos do Brasil, Paraguai e da Argentina durante a
Oficina de Febre Amarela, apoiada pelo Grupo de Trabalho Itaipu Saúde. A
reunião ocorreu na última quinta (13) e sexta-feira (14), no Centro de
Treinamento da Itaipu, e contou com a presença de representantes dos
Ministérios da Saúde dos três países, da Organização Pan-americana de
Saúde (OPAS) e secretarias de saúde.
O plano, que deverá ser concluído até o final deste ano, terá dados
sobre como identificar casos de febre amarela e evitar a proliferação da
doença e pode contemplar uma campanha de vacinação. Também
abordará metodologia de tratamento, manejo de pacientes e mecanismos
de comunicação entre as três cidades limítrofes: Foz do Iguaçu, Ciudad del
Este e Puerto Iguazú.
Segundo o coordenador suplente do GT Itaipu-Saúde e assessor da
Diretoria-Geral da Itaipu, Luiz Paulo Johansson, o objetivo dessa oficina foi
promover a troca de informações entre os técnicos dos três países e
organizar a forma de atendimento, caso ocorra uma epidemia de febre
amarela na região. Existe a preocupação porque dois estados brasileiros,
São Paulo e Minas Gerais, sofreram com febre amarela entre 2016 e 2018.
“Durante uma visita na sede da OPAS, em Washington (EUA),
soubemos que uma possível onda de febre amarela poderia chegar ao
Paraná. Resolvemos nos antecipar e assim estarmos preparados para
combater a doença, caso ela chegue à região”, afirmou Johansson.
De acordo com ele, embora o foco da visita na Organização Pan-americana de Saúde tenha sido outras arboviroses (doenças transmitidas
por insetos, como dengue, zika e chikungunya), a febre amarela acabou
sendo uma das prioridades. “Como a febre amarela também pode ser
transmitida pelo Aedes aegypti, acabou sendo incluída na pauta”, explicou.
Presente no encontro da última semana em Foz, o consultor
nacional da OPAS, Matheus de Paula Cerroni, explicou que Organização
monitora as regiões que podem ser afetadas e auxilia na elaboração de
planos de contingência e preparação e avaliação de riscos.
Prontos
Rafael Gomes França, consultor do Ministério da Saúde, explicou
que, apesar de não ser possível prever se uma onda de febre amarela
chegará à região, é bom estar preparado.
“Quando os técnicos estão preparados para atender, a população se
sente mais segura”, disse a enfermeira paraguaia Blanca Villalba. No país
vizinho, não há registro da doença autóctone desde 2008, de acordo com
Blanca.
No território argentino foram 24 casos da doença em 2018, todos
importados do Brasil, segundo o bioquímico Cristian Humeres, do Instituto
Nacional de Medicina Tropical da Argentina. “Precisamos trabalhar em
conjunto”.
Febre Amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa causada por um vírus e
transmitida por mosquitos. Ela pode ser urbana, quando é transmitida
pelo Aedes aegypti; ou febre amarela silvestre, quando transmitida pelo
Haemagogus e Sabethe.
A enfermidade provoca amarelidão do corpo (icterícia) e hemorragia
em diversos graus. Apesar de ser causada por um vírus perigoso, a
maioria das pessoas evoluem para a cura.
Itaipu Binacional