A Policia Civil do Estado do Rio de Janeiro deflagrou na manhã dessa quinta-feira (08), em ação simultânea nos estados do Rio de Janeiro e Paraná, a Operação Eros, cumprindo mandados de prisão e busca e apreensão. A investigação desvendou um esquema de tráfico de medicamentos e lavagem de dinheiro entre os dois estados.
Em Foz do Iguaçu uma equipe da 78ª Distrito Policial em conjunto com a 6° Subdivisão Policial, prenderam Flávio Conceição Ermácora e Antônio Sérgio Marsola, em um apartamento de alto padrão. Marsola é Coronel da reserva da Policia Militar do Estado de São Paulo e trabalhava à pouco mais de 20 dias na segurança do Parque Tecnológico Itaipu – PTI. Ele também já ocupou o cargo de chefe de Gabinete da Prefeitura de Bauru, no estado de São Paulo, na então gestão do Prefeito Nilson Costa (PTB), tendo inclusive concorrido ao cargo de Prefeito daquela cidade pelo PPS nas eleições de 2004.
Em nota, a Itaipu esclareceu um equívoco cometido pela assessoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro:
“A Itaipu Binacional esclarece que, diferentemente da nota divulgada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, Antônio Sérgio Marsola não faz e nunca fez parte do quadro de pessoal da empresa. Ele foi admitido há pouco menos de um mês para trabalhar na equipe de segurança do Parque Tecnológico Itaipu (PTI). A função dele era apenas operacional. Não ocupava cargo de gestão. Ao ser informada da prisão ocorrida na manhã desta quinta-feira (8), na Operação Eros, a diretoria do PTI anunciou o desligamento sumário do empregado recém-contratado”.
A investigação foi iniciada para identificar os responsáveis pelo mais famoso e antigo site brasileiro de venda de medicamentos de uso controlado e/ou proibido, onde eram anunciados indiscriminadamente uma vasta gama de medicamentos, tais como CYTOTEC (abortivo proibido no Brasil), RIVOTRIL (ansiolítico de venda controlada), RITALINA (usada no doping intelectual dos concurseiros), ROHYPNOL (droga usada no golpe do boa noite Cinderela), PRAMIL (estimulante sexual de venda proibida no Brasil), ANFEPRAMONA (rebite usado pelos caminhoneiros) além de uma grande variedade de inibidores de apetite, anfetaminas, anabolizantes, antibióticos, etc. No ar desde 2006, o site comercializava medicamentos para clientes de todo o território nacional. Tais encomendas eram postadas nas agências dos Correios de Niterói.
Parte desses medicamentos estão listados na Portaria 344/98 da ANVISA, sendo considerada DROGA para os efeitos da Lei 11.343/06, sujeitando os envolvidos em seu comércio a responderem pelo crime de TRÁFICO DE DROGAS, com pena que varia de 5 a 15 anos de reclusão. Outra parte exige prescrição médica e autorização especial da ANVISA para sua comercialização, submetendo os infratores ao Art. 273 do Código Penal, que prevê penas de 10 a 15 anos de reclusão.
Utilizando modernas técnicas de investigação, como INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA, INTERCEPTAÇÃO TELEMÁTICA, QUEBRA DE SIGILOS BANCÁRIO E FISCAL, VIGILÂNCIA VELADA, AÇÃO CONTROLADA, entre outras, os policiais da delegacia do Fonseca identificaram o casal BRUNA e JARDEL, que são moradores de Maricá, por trás daquela página da internet. Em Foz do Iguaçu FLÁVIA e ANTÔNIO mantinham o fornecimento regular de medicamentos e drogas para o casal de Maricá. A AÇÃO CONTROLADA concedida por decisão judicial permitiu que os agentes INTERCEPTASSEM e abrissem as encomendas postais dos alvos, que após documentadas, seguiram normalmente para o destino final, o que possibilitou o retardo da ação policial com a intensão de favorecer a obtenção de mais provas e a identificação dos envolvidos, ao mesmo tempo que minimizava os riscos de frustrar a investigação.
Durante as investigações os agentes ainda prenderam em flagrante o nacional BRUNO SÉRGIO HONORATO DE PAULA, no Centro da cidade do Rio de Janeiro. Ele foi flagrado nas imediações da Rua Uruguaiana em posse de medicamentos de uso proibido e controlado que seriam entregues a clientes. Na casa de BRUNO, em Campo Grande, os agentes apreenderam quase MIL CAIXAS do medicamento CLORIDRATO DE SIBUTRAMINA, além de outras tantas caixas de LIPOSTABIL, CLONAZEPAM, FLUOXETINA, FREMPOPOREX e STANOZOLOL.
Por intermédio das movimentações postais e da quebra de sigilo bancário os agentes conseguiram estimar que o casal BRUNA e JARDEL movimentava mais de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) mensais com o comércio ilegal de medicamentos e drogas. Parte dos lucros que obtinham com a atividade ilícita eram investidos na aquisição de imóveis, onde o valor de compra era normalmente subfaturado servindo como mecanismo de LAVAGEM DE DINHEIRO. O casal também promovia a ocultação de parte do seu patrimônio mantendo alguns bens, como veículos, em nome de terceiros.
Na ação de hoje os agentes da 78ª DP também cumprem o SEQUESTRO JUDICIAL de três imóveis, cinco contas bancárias e dois veículos de propriedade dos alvos, que poderão ser revertidos em benefício da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, auxiliando no combate ao crime organizado.
Com assessoria Polícia Civil Rio de Janeiro.