A atuação de facções criminosas brasileiras no Paraguai está colocando as autoridades em alerta na fronteira entre Foz do Iguaçu e Cidade do Leste. Após um ano e meio do mega-assalto à empresa Prosegur, a atuação do PCC e Comando Vermelho ficaram mais evidentes na região.
Em julho deste ano um carro-forte que transportava valores entre as cidades de Hernandárias e Cidade do Leste, foi assalto por um grupo fortemente armado. Os funcionários abordados garantem que os criminosos eram brasileiros.
Na semana passada, uma operação da Polícia Nacional do Paraguai conseguiu evitar que outro grupo de brasileiros suspeitos de pertencerem ao Comando Vermelho, utilizassem mais de 80 quilos dinamite para resgatar um membro da facção preso em Assunção. Em uma casa em Presidente Franco, na região metropolitana de Cidade do Leste, os criminosos foram flagrados com um carro com os explosivos. Dois brasileiros morreram durante o confronto.
O delegado-chefe da Polícia Federal em Foz do Iguaçu, Fabiano Bordignon, disse que as policiais brasileiros e paraguaias atuam em conjunto na investigação e prevenção de crimes entre os dois países, porém, essa integração precisa melhorar.
“Ainda é muito embrionário. A gente precisa avançar tendo mais facilidade para as forças poderem atravessar a fronteira, sem precisar autorização do Ministério da Defesa”, disse o delegado.
Uma das dificuldades citada por Bordignon, na identificação de foragidos que se refugiam no país vizinho, é a facilidade com que um brasileiro tem na emissão do documento de identidade. No Brasil, cada estado é responsável pela emissão e com isso, uma única pessoa consegue ter mais de um documento.
“O Paraguai tem as vezes dificuldade de nos comunicar sobre um suspeito devido ao número de identidades que a pessoa tira no Brasil”, ressaltou.
Nesta quarta-feira (31), autoridades policiais do Brasil, Argentina e Paraguai se reuniram em Foz do Iguaçu na 276ª reunião do Comando Tripartite. O comando é um organismo trinacional formado por autoridades da área de segurança dos três países. O encontro discutiu a “Coleta de Vestígios Biológicos e o Assalto da Prosegur no Paraguai”.