Um dos eventos mais importantes em Software Livre e Tecnologias Abertas da América Latina, o Latinoware, realizado no Centro de Convenções de Foz do Iguaçu (CECONFI) pela Itaipu Binacional e pelo Parque Tecnológico Itaipu (PTI), abriu oficialmente a programação 2018 na tarde desta quarta-feira (17).
A cerimônia de abertura reuniu mais de mil pessoas e contou com a presença de autoridades como, o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Marcos Stamm, o diretor superintendente do PTI, Jorge Augusto Callado, o superintendente de informática da Itaipu, Leonardo Leite, o embaixador do Software Livre Mundial e palestrante, Jon “Maddog” Hall, fundador do Conselho Jovem Empreendedor do estado de Alagoas, Bruno Bessa, o coordenador de grade do Latinoware, José Eduardo Nogueira, e demais representantes da Itaipu, do PTI, e de instituições ligadas aos setores.
Durante a abertura, o diretor-geral brasileiro da Itaipu destacou a importância de um evento como este que se torna referência para alunos e futuros empreendedores. “Aqui é lugar de propagar o conhecimento, de levar daqui o que se aprender, muito além de tecnologia e inovação”, frisou Stamm, e ressaltou, ao concluir que os jovens ao se interessar e discutir tecnologia, “despertam vida”.
Para o diretor superintendente do PTI, o Latinoware já se consagrou como um evento internacional com o compromisso de difundir o desenvolvimento de tecnologias e promover o potencial em software livre.
O Latinoware 2018 segue até esta sexta-feira (19) com uma variedade de programação, entre palestras, minicursos, maratona de programação (hackaton) focada em problemas sociais, campeonato de drones, concurso de cosplay e outras atividades ministradas por especialistas. São 80 caravanas do Brasil, do Paraguai e da Argentina, com mais de 3.850 inscrições realizadas até agora.
Banco de Talentos
Um das novidades desta edição é Banco de Talentos, idealizado pelo Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e a Red Hat. Os participantes podem preencher um breve currículo com informações pessoais e profissionais que poderão ser aproveitadas em processos seletivos para contratações ou desenvolvimento de pesquisas relacionadas às áreas de tecnologia e inovação.
Segurança
Um dos temas abordados no ciclo de palestras deste primeiro dia de evento foi do uso da tecnologia de informação pelos órgãos de segurança. “Hoje há muito investimento no preventivo e muito pouco na tecnologia da informação”, disse o professor e instrutor de operações policiais, Carlos Alberto Azevedo, também membro da SICAM – Sociedad de Investigación Criminal de América.
O palestrante citou cases de sucesso no Brasil, onde a tecnologia tem promovido mudanças positivas como das polícias de Santa Catarina e Rio Grande do Sul que utilizam aplicativos para verificação de situação de motoristas e denúncias recebidas via whatsapp. Um das necessidades seria a adoção de parcerias público-privadas para maior desenvolvimento de projetos semelhantes ao redor do país.
Reputação
Outro tema de interesse ligado à segurança foi abordado pela empresária e consultora de informática, Gracielli Torres, que tratou sobre a importância da proteção de dados na rede, e o zelo pela reputação na vida digital. “As pessoas acabam deixando muitas pistas, pegadas virtuais. Não somente com informações abertas, mas com o que curtem, o que compartilham, acaba ficando guardado pelo Google”. Os cuidados tambeḿ devem ser interpretados dessa forma para outros meios, como o whatsapp. “Se uma pessoa consegue seu número de telefone, ela chega rapidamente a uma série de informações a seu respeito, sem que você sequer tenha conhecimento disso, pois permite que seus dados sejam compartilhados, sem saber que podem ser restritos e fechados”, alertou.
Autismo e Tecnologia
O universo autista ganhou destaque no 15º Latinoware com a palestra “Tecnologia, Neurociência e Autismo” realizada pela psicóloga brasiliense Joanicele Brito. O público lotou o espaço Colômbia e acompanhou conceitos e explicações trazidos pela especialista trouxe envolvendo neurociência, neurodiversidade, relacionadas ao TEA – Transtorno do Espectro Autista.
A ideia, segundo ela, foi desmistificar a atuação do autismo no mercado de trabalho, especialmente no campo da tecnologia da informação. “As habilidades dos autistas, principalmente no segmento da T.I, são muito valorizados. Eles são tudo o que as grandes empresas procuram, principalmente pelo hiperfoco”, explica.
Oficinas
Entre as dezenas de oficinas abertas durante o primeiro dia, professores, instrutores e curiosos puderam conhecer de perto o micro:bit, um microcontrolador para uso educacional desenvolvido em parceria entre a rede BBC e universidades para o ensino de robótica a jovens de 9 a 14 anos, com método fácil e rápida assimilação.
A descoberta deixou a professora Gisele Paiva, bastante entusiasmada; “o futuro das coisas está na robótica, seria muito bom aplicar o que conheci hoje na escola”, disse.
Na oficina os participantes puderam conhecer o funcionamento do dispositivo através de uma cartilha e de um card colocando a mão na massa para desenvolver projetos autônomos.
Expositores
A 15a edição do evento também abriu espaço específico onde expositores podem trazer ao público seus projetos. No total são 22 stands destinados à tecnologia, inovação e sustentabilidade, onde também são realizados novos negócios, networking, e soluções tecnológicas.
Entre as pratas da casa estão o Lixotec, e Brexbit. O primeiro, é uma ONG criada há 6 anos e tem contribuído para o descarte ecologicamente correto de peças eletrônicas, e o segundo, uma mineradora de criptomoedas, iniciou como startup instalada na Incubadora Santos Dumont do Parque Tecnológico Itaipu.