A mulher encontrada morta no Rio Paraná foi identificada como Claudinéia Ribeiro de Oliveira, de 28 anos. Ela era moradora de rua, e há indícios de que era usuária de Crack. Segundo a perícia, ela morreu vítima de violência, com pancadas na cabeça e um corte profundo no pescoço, o corpo ainda foi arrastado até o rio.
O que chamou a atenção foi à falta de empatia por parte de alguns internautas, que ironizaram a morte da jovem. Em postagens no facebook, ela foi designada com o termo pejorativo de “crackuda” e algumas pessoas “comemoraram” a morte. Ela foi confundida com outra moradora de rua, que também é usuária de crack, e que tem comportamentos violentos em alguns momentos.
Segundo o secretário de assistência social, Elias Ferreira, Claudineia já havia sido atendida pelo Centro Pop, que faz atendimentos para a população de rua. Segundo Elias, ela não tinha familiares em Foz do Iguaçu. Ela era atendida desde novembro do ano passado.
O secretário lamentou as mensagens de ódio contra Claudineia, postadas nas redes, “o que impressiona e nos deixa extremamente preocupados é que logo após a notícia da sua morte, nas redes sociais havia um conjunto de mensagens de ódio em torno dessa pessoa, as comemorações, o que indica outro conjunto de violência, e ai não contra um morador de rua, mas contra o ser humano. É a dimensão humana que está em jogo, quando a gente vê no relato de uma pessoa, por que estava em situação de rua, encontrada morta, ser comemorado da forma que foi. A cultura do ódio muitas vezes é o que mais atrapalha o atendimento a essa população” disse o secretário.
Ele ressaltou que o Centro Pop faz 900 atendimentos mensalmente e mais 1800 atendimentos nas casas de passagem. “O que nós não vamos fazer é uma cultura higienista, que tira as pessoas da rua, não para ofertar cuidado, mas para agradar aos olhos de quem passa por ela”, afirmou.