Há um déficit de 161 mil vagas de emprego na área de programação no Brasil, de acordo com o analista do Programa de Educação e Cultura do Parque Tecnológico Itaipu (PTI), Jônios Costa Máximo. O projeto “Aprender e Crescer”, que promove a formação de jovens na área, traz uma possível resposta para esse problema. Na última semana, os 35 participantes apresentaram as primeiras soluções desenvolvidas durante a formação, que começou em maio deste ano.
O “Aprender e Crescer” visa a formação de jovens entre 16 e 24 anos na prática de programação de software, promovendo temas como empreendedorismo, liderança e sustentabilidade. Os primeiros trabalhos desenvolvidos pelos alunos foram voltados a instituições de Foz do Iguaçu que apoiam o projeto, como o Lar dos Velhinhos e a Associação Fraternidade Aliança (AFA).
Uma das soluções apresentadas na segunda-feira (9) foi o protótipo de um sistema de controle de estagiários para o Lar dos Velhinhos. O sistema armazena informações dos usuários, como o registro de entradas e saídas e contabilização de um banco de horas, explicou um dos integrantes do grupo, Luiz Fernando Freitas Silva, de 17 anos. Ao avaliar a experiência, Luiz contou que, mesmo já possuindo um conhecimento prévio sobre programação, participar do desenvolvimento de um projeto foi uma experiência nova. “Além de aprender, estamos vivenciando a prática de um ambiente profissional”, destacou o aluno.
Outra ação apresentada foi um sistema de cadastramento de crianças para a AFA. A iniciativa foi bem recebida pela instituição, contou o aluno Antônio Sampaio Cocato, de 18 anos, que agradeceu a oportunidade de integrar o projeto. “Não sabia qual era a função de um programador ou qual era a grandeza desse trabalho. Nesses dois meses aprendi muita coisa, não apenas sobre a área de programação, mas foi um exercício de autoconhecimento e empatia também”, afirmou Antônio. “Eu sou uma pessoa diferente hoje. Essa oportunidade mudou a minha vida”, completou o aluno.
“Mar de oportunidades”
Além dos conteúdos relacionados às áreas tecnológicas, a ação também pretende promover a evolução pessoal dos jovens, segundo a gerente do Programa de Educação e Cultura, Jéssica de Lima. “O projeto é uma aposta do PTI para o desenvolvimento do território, por meio da educação e da tecnologia, dessa forma cumprindo a missão do Parque”, completou a gerente. A gerente frisou ainda a expectativa do PTI de replicar o projeto, ampliando seu escopo para atender as demandas do território. A iniciativa faz parte de um convênio de cooperação entre o PTI e a Fundação Banco do Brasil, firmado em abril de 2017, com o intuito de promover tecnologias sociais.
A proposta desenvolvida pelos alunos surgiu a partir da matéria de Tópicos de Engenharia de Software. Para Jônios, professor da oficina, existe um “mar de oportunidades” na área de computação, e há nos jovens um potencial muito grande para geração de conhecimento que os auxilie a abraçar essas oportunidades no mercado de trabalho. “Os conteúdos foram construídos a partir das necessidades do mercado. Tivemos conversas com empresas que atuam no setor de tecnologia no nosso território e houve um consenso acerca das habilidades que se visa desenvolver com os jovens ao decorrer do curso, para que tenham potencial para serem contratados por elas”, ressaltou o analista.
Empresários da região e técnicos da área de Tecnologia da Informação (TI) do Parque prestigiaram a apresentação, que completou o primeiro dos três eixos da formação, com término previsto para outubro. “Por tratar-se de um público que ainda cursa o Ensino Médio, imaginávamos que haveria uma certa dificuldade para assimilar os conteúdos, mas os jovens nos surpreenderam positivamente. Estão apresentando uma capacidade técnica excelente, validada pelo público. Estamos satisfeitos com o resultado”, avaliou Jônios.
Fonte: Fundação Parque Tecnológico Itaipu