Começou na madrugada desta quinta-feira (17) o mês sagrado para os muçulmanos, o Ramadã. Pelos próximos 30 dias, muçulmanos de todo o mundo fazem jejum durante o dia. Em Foz do Iguaçu, segunda maior colônia árabe do Brasil, (a primeira é São Paulo), estava programada a observação da chegada do nono mês lunar, no Polo Astronômico do Parque Tecnológico Itaipu (PTI), mas não pode ser feito devido ao tempo nublado.
Árabes em Foz do Iguaçu
Formada na maioria por libaneses e sírios, a comunidade árabe na tríplice fronteira chega a 20 mil pessoas, que se dividem entre Foz do Iguaçu, no Brasil, e Cidade do Leste, no Paraguai. A religião islâmica é seguida por cerca de 80% dos imigrantes e descendentes árabes.
A maior leva de imigração à região ocorreu entre os anos de 1986 e 1996, ajudando a formar o comércio entre os dois países, que é considerado o maior da América Latina e está entre os cincos maiores do mundo.
Em 1983, a Mesquita Omar Ibn Al-Khatab foi inaugurada e se tornou o principal centro religioso islâmico da região da tríplice fronteira e um dos pontos turísticos de Foz do Iguaçu. A comunidade islâmica empenhou-se na construção da Mesquita, cuja pedra fundamental foi lançada em 1981. A Mesquita leva o nome de um dos mais íntegros e piedosos homens da história muçulmana
O Ramadã
Durante o período do Ramadã, o povo muçulmano coloca em prática um ritual de jejum (suam), considerado o 4º entre os 5 pilares do islamismo.
A origem do vocábulo Ramadã remete à palavra de origem árabe “ramida”, que significa “ser ardente”, pois o jejum é realizado na época mais quente do ano. Entre outros aspectos, é um período onde a fé passa por um processo de renovação, a caridade é praticada com intensidade e os valores da vida em família e de fraternidade são profundamente vividos. Durante o Ramadã, o crente aproxima-se mais dos valores sacros, lê com maior ênfase o Alcorão e torna mais frequentes as visitas à mesquita.
Como o calendário islâmico é do tipo lunar, o Ramadã não pode ser comemorado na mesma data todos os anos, podendo ocorrer em praticamente todas as estações e meses, de acordo com a configuração dos anos, mas sua duração, que vai de 29 a 30 dias, nunca é alterada.
O Ramadã é um ritual obrigatório para os muçulmanos que atingem a puberdade. É, acima de tudo, um momento de extrema importância na vida dos jovens. A autorização dos pais para praticar o jejum é o símbolo da passagem da juventude para a vida adulta.
Porém, o Ramadã não é obrigatório quando a pessoa tem uma doença sem cura, é muito idosa, está menstruada, lactante, grávida ou está passando por alguma enfermidade que a impeça de jejuar. No caso de pessoas que quebram o ritual, comendo, bebendo ou tendo relações sexuais no período em questão, o Ramadã é anulado e o crente é obrigado a fazer jejum por 60 dias sequenciais.
O Ramadã é praticado durante o todos os dias do mês, começando na alvorada e terminando quando o sol se põe. Além de não poder ter relações sexuais, o crente é proibido de pensar em tais práticas, mantendo sua mente com o foco em Alá, suas recordações e orações. São realizadas 5 orações por dia (sala) e durante o mês de jejum é recitado o Taraweeh, que é uma oração especial feita à noite.
O crente deve se manter longe de coisas imorais, visto que o Ramadã é uma prática que envolve a doutrina e disciplina moral e do espírito. O jejum refere-se unicamente à abstinência da bebida e da comida, mas de dos maus atos e pensamentos. O jejuador precisa ser condescendente caso seja alvo de insulto ou agressão, evitando obscenidades.
Com informações: InfoEscola