Foz do Iguaçu será o primeiro município do Paraná e um dos primeiros do Brasil a iniciar o programa do Governo Federal “Internet para todos”. O anúncio foi feito no começo do ano pelo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, e pelo prefeito de Foz, Chico Brasileiro. O Parque Tecnológico Itaipu (PTI) tem papel fundamental na realização do programa na região Oeste do Estado, pois assume a responsabilidade de ser o articulador e orientador das prefeituras que se interessarem em aderir ao projeto.
O termo de cooperação entre o PTI e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) já está em trâmite, devendo ser assinado ainda no mês de abril, em Brasília, o que vai oficializar o papel do PTI neste processo. Como orientador, o Parque vai prestar apoio técnico aos municípios e auxiliar as prefeituras na implantação do programa.
Para o gerente de Tecnologia da Informação e Comunicação do PTI, Carlos Araujo, com o programa Internet para todos, o PTI reforça a missão do Parque de contribuir para a geração de renda e conhecimento na região Oeste do Paraná.
O programa
O objetivo do Internet para todos é oferecer internet em localidades que ainda não tenham estrutura para isso, podendo um município ser contemplado em mais de uma área. O projeto não visa oferecer internet gratuita, mas possibilitar ao usuário um acesso entre dois a cinco megas por um valor estimado de R$ 30,00.
A tecnologia utilizada será de internet via satélite e caberá às prefeituras a instalação das antenas nas localidades identificadas sem estrutura. O satélite mandará sinal para uma antena secundária, em um raio de um quilômetro, que irá disparar sinal para outras pequenas antenas (das residências dos moradores) ligadas à energia.
As prefeituras interessadas deverão se cadastrar no MCTIC e informar as áreas que não possuem estrutura de internet. O Ministério mapeou em torno 70 mil pontos de localidades, ou seja, lugares que não têm estrutura de internet em todo país. Não há, pelo projeto, limite de antenas a serem instaladas.
O custo para as prefeituras será somente da energia elétrica da primeira antena que vai disparar o sinal para os usuários, sem custo para fazer a implantação ou utilização da internet. A instalação, cobrança e suporte das antenas para o usuário será de responsabilidade da Telebrás, empresa de telecomunicações estatal brasileira, por meio das empresas terceirizadas de cada município.
Apoio
O PTI se coloca à disposição do MCTIC para ser um agente estratégico na implantação do programa. De acordo com Araujo, o Parque investe serviço técnico especializado, presta orientação técnica sem custo e ganha visibilidade na região. “Realizando um trabalho como este, criamos, de fato, a possibilidade de gerar renda, riqueza e conhecimento no Oeste. Estaremos usando nosso corpo técnico em uma tarefa que é estratégica e orientativa”, argumenta.
De acordo com Araujo, a missão da área de TI do Parque na iniciativa é a formação de recursos humanos, a metodologia de formação e de implantação, e a divulgação. “Esse é o nosso trabalho ligado à pesquisa e inovação, então o PTI é peça fundamental dentro do programa no Oeste, e se destaca ainda mais no seu desenvolvimento, ajudando no crescimento da região”.
Para divulgação deste trabalho, o PTI está conversando com as prefeituras do Oeste com apoio da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (AMOP) e explicando sobre a atuação do programa. Os encontros estão sendo realizados em duas fases. A primeira delas envolve 25 municípios, entre eles Foz, e já foi concluída.
Um grupo de sete municípios já se cadastrou ao MCTIC e manifestou interesse em participar do programa, são eles: Cafelândia, Tupãssi, Missal, Itaipulândia, Foz do Iguaçu, Guaíra, e Ubiratã, por enquanto. Durante o mês de maio devem iniciar os encontros com os demais municípios do Oeste.
O gerente de TI do PTI ainda ressalta que o Internet para todos deve contemplar não somente o usuário, como também órgãos públicos que não tenham sinal, mesmo que estejam localizados em pontos que já tenham estrutura. “Nesses casos, a prefeitura irá informar à Telebrás sobre uma escola ou um hospital, por exemplo, que precisa receber o sinal, e poderá pontuar o alcance da antena secundária para abastecer esse local.”
Em Foz do Iguaçu, já foram solicitadas de três a quatro antenas para atender localidades como o Porto Meira e o Morumbi, que não apresentam tantos provedores ou estruturas de internet presentes, mas outras localidades ainda podem ser identificadas nos alinhamentos entre o PTI e a prefeitura de Foz.
“A importância do projeto, primeiro, é por quebrar o paradigma de que as pessoas não têm acesso à informação pela falta de estrutura para internet. Outra barreira quebrada será a oferta da internet de baixo custo para pessoas que poderão estudar via Ensino a Distância (EaD), podendo divulgar a produtividade em áreas rurais e dando a oportunidade, de fato, para que as pessoas busquem o melhor”, defende Carlos Araujo.