O Centro de Controle de Zoonoses de Foz do Iguaçu (CCZ) realiza gratuitamente o exame de Leishmaniose Visceral Canina em animais com suspeita da doença. Através dos telefones 3524-8848 ou 99997-4448, o morador pode agendar o atendimento, e levar o animal no dia e horário pré-determinados até a sede do CCZ (Rua Maceió, S/N – Jardim Ipê III). Em geral, são reservados dois dias da semana para as coletas.
O não comparecimento acarreta uma série de transtornos, como o maior tempo de espera para o atendimento, e consequentemente para o resultado do exame. “Marcar o exame de Leishmaniose e não levar o animal para o atendimento têm se tornado comum em Foz do Iguaçu. Com isso, deixamos de atender outras pessoas e o tempo de espera se torna maior, já que são realizados apenas 16 agendamentos por dia”, afirma o veterinário e chefe do CCZ, Carlos Santi.
Em um ano (março de 2017 a março de 2018), 467 pessoas deixaram de levar os animais até o CCZ, o que representa quase 33% de ausentes de um total de 1.427 agendamentos. Somente no mês de março deste ano, dos 68 agendamentos, apenas 45 compareceram. Hoje, o tempo médio de espera para a coleta de sangue é de uma semana, mas esse prazo poderia ser bem menor caso o morador cumprisse com o seu compromisso.
No dia do exame são coletados 4 ml de sangue. Os técnicos também fazem um cadastro do animal e uma avaliação dos sinais clínicos relacionados à Leishmaniose Visceral Canina. O resultado do teste será informado pelo CCZ ao proprietário via telefone, em um prazo de até 15 dias úteis.
O resultado é obtido através de dois exames: o teste rápido, feito diretamente pela equipe do CCZ e o teste ELISA, para diagnóstico sorológico de leishmaniose, realizado pelo Lacen (Laboratório Central do Estado do Paraná), em Curitiba.
Transmissão
A transmissão da Leishmaniose Visceral Canina ocorre quando o animal é picado por insetos vetores, popularmente chamados de “mosquito palha”. Eles são pequenos, de cor clara e pousam de asas abertas. Os sintomas da doença podem incluir emagrecimento, perda de pêlos, fraqueza, feridas, gânglios inchados, crescimento exagerado das unhas, anemia, dentre outros.
Algumas medidas adotadas pelos proprietários podem ajudar a prevenir a doença, como a coleira anti-inseto e a limpeza dos quintais, deixando-os livres de matéria orgânica. “A vacinação também pode contribuir para a prevenção, mas é necessário que o animal seja testado para LVC previamente”, afirma Carlos Santi.
O número de casos confirmados da leishmaniose aumentou cerca de 30% nos últimos três anos. Em 2015, 790 animais foram diagnosticados com a doença; em 2016 foram 1.057 casos positivos e no ano passado, dos 2.705 exames, 1.038 deram positivo para a doença. Só este ano, já são 92 confirmações e 279 aguardando resultados.
O Ministério da Saúde orienta a eutanásia para animais com leishmaniose, mas o proprietário também têm a opção de iniciar um tratamento feito por clínicas veterinárias particulares. O CCZ realiza a eutanásia sem custos ao dono, basta apresentar o laudo com resultado positivo para agendar o procedimento.
AMN