Fábrica da Estrela suspende produção em Hernandárias

Fabricante de brinquedos foi para o Paraguai no início de 2017

Instalada em fevereiro de 2017 na cidade de Hernandárias, no Paraguai, a fabricante brasileira de brinquedos Estrela, suspendeu a produção no final do ano. Incentivada pela baixa carga tributária, custos trabalhistas e valor da energia elétrica, a fábrica abriu 200 empregos diretos na linha de montagem do brinquedo Dareway, uma espécie de triciclo elétrico. Na época, a inauguração contou com a presença do presidente Horácio Cartes.

A Estrella del Paraguay SA. investiu inicialmente US$ 2 milhões, um valor considerado baixo, porém de alto valor simbólico para o início de expansão da marca brasileira no Mercosul. Além do Brasil, a Estrela possui fábrica na China.

A paralisação da produção se deve a problemas de abastecimento de matéria-prima vinda do Brasil, causado pelo fornecedor que não cumpriu as exigências da Lei de Maquila, imposta pelo governo paraguaio. O problema apareceu em março, na primeira exportação.

Rubén Sanabria, diretor da Associação de Indústria e Comércio de Hernandárias, confirmou a paralisação das atividades, ressaltando que a empresa está com as instalações em dia e totalmente legalizada no país. “O motivo é externo ao Paraguai. A Maquila tem algumas exigências especiais em relação à matéria prima. Deveria trazer 60% do Brasil, porém, para a primeira exportação foi vendida uma porcentagem menor. Houve uma falha com os fornecedores, que está sendo resolvido com a Receita Federal”, disse.

Sanabria afirmou ainda, que a produção está apenas em “stand by”, e uma vez superado o problema, volta a produzir.

Lei da Maquila

A Lei de Maquila não cobra impostos na importação de máquinas e matéria-prima para as empresas estrangeiras que decidirem fabricar no país e há um único imposto de 1% do valor agregado para a exportação. Em contrapartida, a empresa deve exportar 100% de sua produção até completar um ano no regime.

Além disso, ao investir no Paraguai, o empresário encontra baixa inflação, economia estável, legislação trabalhista mais flexível, com encargos sociais 35% menores e a energia elétrica quase 50% mais barata.

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