Despacho do Ministério Público Federal do Paraná (MPF-PR), referente à representação criminal de medidas cautelares, enviado ao juiz federal da 3° Vara Criminal, resultado da investigação em conjunto com a Polícia Federal iniciada em abril de 2017, que resultou na Operação Renitência, desdobramento da Operação Pecúlio, mostra o pedido de condução coercitiva de quatro pessoas ligadas à prefeitura de Foz do Iguaçu e a Fundação Municipal de Saúde, entre elas, a secretária municipal de Saúde, Inês Weizzeman dos Santos.
Para fundamentar o pedido de condução, o Ministério Público mostra trechos da investigação, relatando que “Durante as investigações apurou-se que INES WEIZEMANN DOS SANTOS, Secretária Municipal de Saúde, mantém estreitos vínculos com a organização criminosa, especialmente com o seu líder LUIZ JOSÉ DE BRITO (vulgo DR. BRITO)”, diz o documento do MPF.
O pedido de 16 de novembro de 2017, assinado pelo procurador Alexandre Halfen da Porciúncula, foi negado pela 3° Vara Criminal de Justiça.
O MPF mostra ainda, que Inês Weizzeman nomeou Everton Ricardo Tisott Ritt, ao cargo de Gerente de Técnicas Radiológicas na Fundação Municipal de Saúde, que administra o Hospital Municipal Germano Lauck, a pedido de Luiz José de Brito (Dr. Brito).
“LUIZ JOSÉ DE BRITO (vulgo DR. BRITO), colocando em prática o plano arquitetado com JOSÉ DE OLIVEIRA REIS NETO (vulgo CAZUZA), solicitou a INES WEIZEMANN DOS SANTOS, Secretária Municipal de Saúde, que nomeasse EVERTON RICARDO TISOTT RITT ao cargo de Gerente de Técnicas Radiológicas, o que se concretizou, visando dois objetivos, quais sejam: a) atender a solicitação de EVERTON RICARDO TISOTT RITT, em contrapartida ao dinheiro fornecido por este durante a campanha de LUIZ JOSÉ DE BRITO (vulgo DR. BRITO); e b) ter um membro da organização criminosa na Secretaria Municipal de Saúde para atuar em prol dos seus agentes, direcionando licitações futuras, especialmente para a MULTI IMAGEM DIAGNOSTICOS LTDA”, diz parte do documento do MPF-PR.
Em entrevista à Rádio Cultura na última sexta-feira (19), Inês Weizemann contou que recebeu José de Oliveira Reis Neto (Cazuza), à pedido do vereador Dr. Brito, sem saber se ele era assessor nomeado ou não, mas que nunca tratou assuntos fraudulentos.
“Fui procurada à alguns dias atrás com as emendas impositivas de vereador, isso tem uns 15 dias atrás, pelo assessor dele, Cazuza. Ele pediu uma reunião com o Dr. Brito, sobre as emendas impositivas. Eu fiz essa reunião com a equipe técnica. O vereador não compareceu, por algum motivo particular. Dr. Brito nunca me procurou para tratar de contrato algum”, contou Inês.