A cobrança de propina segue impune pelas ruas de Cidade do Leste, no Paraguai, onde policiais de trânsito formam grandes filas de veículos à poucos metros da aduana paraguaia da Ponte Internacional da Amizade. Com veículos parados causando filas por vários quarteirões, os motoristas estrangeiros acabam pagando para que policiais liberem o trânsito.
O esquema de cobrança de propina funciona à décadas e aumenta em semanas de véspera de feriados, quando o centro da cidade paraguaia mais recebe compristas. O assunto voltou à tona este mês, após a imprensa de Foz do Iguaçu, no lado brasileiro da tríplice fronteira, mostrar a cobrança ilegal “de baixo do nariz” das autoridades do país vizinho.
Na terça-feira (19), o Diário Vanguardia, o maior jornal de Cidade do Leste, fez duras críticas ao município, conivente com a ilegalidade praticada pelos policiais que deveriam orientar o trânsito.
“As autoridades municipais ficam em silêncio sobre a prática extorsiva dos policiais municipais, que causam engarrafamentos para cobrar propina no centro de Cidade do Leste. O Ministério Público (fiscalia) também não realiza uma investigação, mesmo com a prática de vários crimes. A extorsão acontece impunemente, recolhendo um milionário montante em dinheiro”, diz a reportagem.
De acordo com o advogado paraguaio Nicolás Russo, os policiais municipais praticam crimes como associação criminosa, coação, suborno, extorsão e intervenção perigosa no trânsito terrestre. “Está claro que a promotoria não atua no que é sua obrigação. Deveriam montar uma operação deter o responsáveis. Estão obstruindo o trânsito terrestres, criando uma fila artificial, quando deveriam fazer fluir o trânsito”, disse.
http://www.vanguardia.com.py/2017/12/19/asociacion-delictiva-de-policias-de-transito-y-guias-sigue-impune/