O Centro de Pesquisas Econômicas e Aplicadas (Cepecon) divulgou o primeiro boletim do Índice de Preços ao Consumidor de Foz do Iguaçu (IPC-Foz). De acordo com o levantamento, a cesta básica teve um aumento de 1,73% no mês de outubro, em relação ao mês anterior. O cálculo foi realizado a partir de levantamento de preços de 94 produtos, em 12 supermercados de Foz do Iguaçu. A ação faz parte de um projeto de extensão desenvolvido por docentes e estudantes da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), que pretende analisar a evolução dos preços e o impacto da inflação no orçamento das famílias iguaçuenses. O boletim pode ser acessado na íntegra: clique aqui.
Os produtos que mais contribuíram para a elevação do índice geral foram o leite e seus derivados. O leite UHT aumentou, no mês de outubro, cerca de 18% em relação a setembro. Também apresentaram aumento nos preços médios os enlatados e conservas (29,3%), seguidos por tubérculos, raízes e legumes, com variação de 23%. Entre os itens que apresentaram redução nos preços destacam-se os pescados, com 17% de redução, além de aves e ovos, com redução de 14%.
De acordo com o Boletim do IPC-Foz, o aumento do preço de tubérculos, raízes e legumes deve-se, principalmente, à baixa oferta, no mercado nacional, de produtos como batata, cenoura e tomate. “Uma das explicações para a alta no preço da batata é que a safra de inverno já está em fase final. Estimativas apontavam que haveria, em outubro, uma queda de 20% na oferta. Outro fator que contribuiu para a redução da oferta desse produto foi o descarte de parcela da produção em consequência do escurecimento da batata provocado pelo clima quente e seco”, aponta o Boletim. O clima seco também provocou a redução da produtividade e um desenvolvimento fora do padrão de cenouras, causando baixa oferta no mercado e aumento de 20% no preço.
O projeto
O IPC-Foz é um projeto de extensão desenvolvido por docentes e estudantes da UNILA. Todos os meses, o grupo calcula o índice do custo de vida em Foz do Iguaçu com base nos preços da cesta básica. O objetivo é analisar a evolução dos preços mês a mês, bem como quais produtos puxam os valores para cima ou para baixo. Os dados levantados serão úteis para toda a população, que passará a saber quais os itens mais caros ou baratos.
O primeiro levantamento dos preços no comércio de Foz do Iguaçu foi realizado em setembro. “A principal dificuldade, além da coleta de dados, foi a definição da metodologia. Ficamos muito tempo estudando a metodologia principalmente por causa das ponderações utilizadas. Depois de definido a metodologia, começamos a calcular e depois a interpretar os dados. Cada produto tem sua particularidade. Então temos q levar em conta isso para poder interpretar os dados”, explicou o coordenador do projeto, o professor Henrique Kawamura. O IPC-Foz utiliza a mesma cesta básica do IBGE do subgrupo de alimentação dentro do domicílio e produtos de limpeza e higiene pessoal. Além disso, utiliza também a mesma estrutura de ponderação, isto é, a parcela de contribuição de cada item no orçamento familiar para obter o índice geral.
Participam do projeto de extensão três docentes, oito estudantes de Graduação da UNILA e dois alunos de ensino médio de escolas de Foz do Iguaçu.
Assessoria Unila
Imagem: Dante Quadra