Dois presos já morreram durante a rebelião na Penitenciária Estadual de Cascavel. A informação foi confirmada hoje (10) pela Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (Sesp). Outras informações sobre as mortes e a identificação dos dois detentos serão dadas após o encerramento da rebelião. “A Sesp e o Depen [Departamento Penitenciário] não vão se pronunciar até o fim do motim a fim de preservar a negociação”, diz a secretaria, em nota.
O motim começou na tarde dessa quinta-feira (9), quando três agentes penitenciários foram feitos reféns. Um deles já foi liberado e dois ainda estão dentro da unidade. As informações preliminares indicam uma possível briga entre facções que ocupam o presídio.
Segundo a Sesp, seguem as negociações com os presos amotinados, lideradas pela unidade específica da Polícia Militar. “A situação está administrada e a direção do Depen está no local. Os dois agentes penitenciários tomados como reféns estão bem”, informou.
Nota do sindicato
O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná diz que a rebelião, “mais uma vez, expõe a gravidade da falta de segurança com que trabalham os agentes penitenciários no Paraná”. De acordo com a entidade, a falta de efetivo continua sendo o principal problema enfrentado na rotina das unidades prisionais, seguida da ausência de automação nas penitenciárias do Paraná.
“A Penitenciária Estadual de Cascavel tem cerca de 1.000 presos para 40 agentes por plantão (entre agentes penitenciários e agentes de cadeia temporários), dando um número de 25 presos por trabalhador, quando o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária preconiza que a proporção seja de cinco presos para cada agente”, diz a nota.
A Penitenciária Estadual de Cascavel tem capacidade para 1.160 presos e no momento do motim havia 980. A unidade penitenciária foi reformada e entregue em novembro de 2016. Em 2014, uma rebelião deixou mais de 80% da penitenciária destruída. Na ocasião, cinco presos foram mortos e 25 ficaram feridos.
EBC (Imagem: CGN)