O secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, apresentou nesta quarta-feira (18), em Foz do Iguaçu, um balanço geral da evolução do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná, considerado hoje um dos mais eficientes do país. Durante a abertura do XV Congresso Brasileiro de Transplantes, o secretário relatou como o Estado conseguiu avançar tanto nesta área, mais que triplicando o número de doações de órgãos e quintuplicando o volume de transplantes.
“Tudo isso que fizemos possibilitou que a fila de espera por um órgão no Paraná caísse pela metade”, disse o secretário. Segundo ele, isso significou milhares de vidas salvas. “Trata-se de uma ação que envolve muita gente. Graças ao trabalho de profissionais comprometidos e a solidariedade do nosso povo, estamos avançando como nunca”, enfatiza Caputo Neto.
Para se ter ideia, lembra o secretário, em 2010 foram registradas 98 doações de órgãos efetivadas e 169 transplantes no Paraná. Em 2016, este número pulou para 258 captações e 716 transplantes. “Um salto que reforça a decisão acertada do Governo do Estado em tratar o setor como prioridade absoluta, sobretudo com o uso da frota área estadual para o transporte de órgãos e equipes transplantadoras”.
Em 2017, os números também são bem expressivos, ressalta Caputo Neto. De janeiro a setembro, já foram contabilizados 602 transplantes – um recorde para o período. Os órgãos mais transplantados foram rim (360), fígado (190) e coração (34).
CÓRNEAS – Destaque também para o transplante de tecidos. No caso de córneas, a fila está zerada. O tempo médio de espera para o transplante, que em 2010 era de um ano, agora passou para cerca de cinco dias. Em 2016, foram 1.057 transplantes de córnea, atendendo grande parte da demanda reprimida. Com a eliminação da fila, em 2017 o número tem sido menor, com 687 procedimentos até setembro.
Atualmente, o Paraná é o segundo Estado com melhor desempenho do país na área de doação de órgãos, segundo a ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos). “Nosso objetivo é alcançar o primeiro lugar neste ranking. Estamos muito próximos desta meta e por isso daremos total apoio às nossas equipes. Quem ganha com isso são as pessoas que aguardam por um órgão no SUS”, afirmou Caputo Neto.
Para cumprir com este desafio, o Estado conta com a participação importante das 67 Comissões Intra-hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes, as chamadas CIHDOTTs. Essas equipes desempenham papel fundamental na identificação de potenciais doadores e na sensibilização de seus familiares.
A coordenação de todo o processo fica a cargo da Central Estadual de Transplantes, auxiliada pelas quatro Organizações de Procura de Órgãos (OPOs) – localizadas em Londrina, Maringá, Cascavel e Curitiba. Além disso, compõe o Sistema Estadual de Transplante 23 equipes transplantadoras, 6 laboratórios de histocompatibilidade, 5 bancos de tecidos e 4 câmaras técnicas de órgãos.
Para a diretora da Central Estadual de Transplantes, Arlene Badoch, o grande diferencial do Paraná foi a organização de uma verdadeira rede de serviços que atuam de forma coordenada e integrada, garantindo a agilidade e eficiência de todo o processo. “A partir da identificação de um potencial doador, iniciamos todo um protocolo para fazer com que o desejo de uma família se torne a esperança de outra. Dezenas de profissionais são envolvidos e trabalham em regime de plantão, 24 horas por dia, para que a doação realmente se concretize em um ou vários transplantes”, disse.
CAMPANHA – No Brasil, a legislação assegura que a decisão de doar os órgãos é sempre da família do potencial doador. Por isso, o Governo do Paraná adotou a campanha “Doação de Órgãos – Fale Sobre Isso”, que incentiva as pessoas a comunicarem seus familiares mais próximos sobre o desejo de doar. “Na hora certa, eles serão os únicos que poderão fazer valer a sua vontade. Portanto, não perca tempo e informe sua família”, diz Arlene.
O evento em Foz do Iguaçu segue até este sábado (21) e reúne também o 16º Congresso Luso-Brasileiro de Transplantes, o 14º Encontro de Enfermagem em Transplantes e o Fórum de Histocompatibilidade da Associação Brasileira de Histocompatibilidade.
AEN