A Topigs Norsvin, líder mundial em pesquisa e desenvolvimento genético suíno acaba de lançar oficialmente no Brasil a TN70, uma fêmea híbrida F1 Landrace (L) x Large White (Z). A nova matriz, já apontada por pesquisadores e geneticistas como a melhor fêmea do mundo, materializa um antigo sonho e aspiração dos criadores: agregar as melhores características do Large White com o melhor do Landrace em uma única matriz.
O lançamento foi realizado no dia 13 de setembro, no Hotel Infinity Blue Resort, em Balneário Camboriú, no estado de Santa Catarina, no encerramento da segunda edição do Brasil Pork Event 2017, evento que reuniu criadores, pesquisadores, executivos de empresas e cooperativas, além de líderes da cadeia suinícola, tendo como proposta central antever a suinocultura do futuro.
Pesquisa e tecnologia de ponta
Segundo o gerente de genética Éverton Ferreira da Silva, a história da TN70 começou a ser desenhada há 17 anos, quando a holandesa Topigs, detentora da melhor genética Large White do mundo, e a norueguesa Norsvin, também reconhecida mundialmente por ter a melhor genética Landrace, firmaram um acordo de cooperação, que mais tarde (em 2014) deu origem à fusão das duas empresas.
Com investimento anual de 19 milhões de euros e empregando tecnologia de ponta, com o uso massivo de tomografia computadorizada, seleção genômica e laboratórios de última geração, os pesquisadores da nova empresa chegaram à TN70.
Diferenciais e características
A nova matriz, testada e aprovada em escala na Europa, já começa a povoar um crescente número de granjas parceiras no Brasil. Ela traz uma combinação única entre a alta eficiência reprodutiva e a excelente eficiência na produção de suínos terminados. Produz um grande número de leitões nascidos fortes e vigorosos, que resultam em terminados uniformes, com extraordinária eficiência alimentar, elevado ganho de peso diário e excelente qualidade de carcaças, com elevado percentual de carne magra, reunindo as características desejadas por toda a cadeia, do criador ao frigorífico, passando pelo consumidor.
“É um animal rústico, de fácil adaptação. Extremamente dócil e calmo, sereno muito fácil de manejar. Por isso mesmo, acreditamos que possa resultar em uma economia sensível aos criadores no futuro, em termos de mão de obra, por exemplo. Sem falar, é claro, dos resultados reprodutivos e de produção de carne”, explicou Éverton Silva.
Ele ainda destacou a evolução genética já apresentada pela matriz na granja, nas três séries de parição realizadas até o momento, como TP de 92,2%, peso médio do leitão ao nascer em 1,38 kg, média de nascidos vivos de 14,2 e até um leitão a mais nascido e desmamado em relação às gerações anteriores. “Temos uma expectativa de resultados ainda melhores. Até porque em um ano e meio já temos taxas, como conversão alimentar, ajustadas para 100 quilogramas até 255 gramas melhor que a genética anterior, destaca Éverton Silva.
Primeiros resultados impressionam
O entusiasmo de pesquisadores e de geneticistas vem sendo compartilhado pelos suinocultores brasileiros que já convivem com a TN70 em suas granjas. “Conheci o potencial da matriz na Europa e já estamos verificando que os resultados se repetem aqui no Brasil, em nossa granja. Temos fêmeas com 32,4 leitões no segundo parto. A partir disso, acreditamos ser perfeitamente possível buscar uma média 10% maior, atingindo 34 ou 35 leitões por porca ao ano. É esse resultado que vamos buscar em
nossa granja”, testemunha o criador Milton Becker, que aloja 4.600 matrizes em Marechal Cândido Rondon e Quatro Pontes, no Oeste do Paraná.
“Nossa expectativa era de obtermos de um a um e meio leitão a mais e isto está se confirmando na prática, tendendo ainda a melhorar mais. Se na UPL, os resultados são muito bons, melhor ainda na terminação, onde se investe mais. Já conseguimos formar grupos de 100% filhos da TN70 que apresentam melhoras de 100 gramas até 150 gramas a mais na taxa de conversão. A qualidade da carcaça também é excelente, atende à demanda do mercado por mais carne e sabor e menos gordura. Em resumo, a TN70 está totalmente alinhada às características que estávamos buscando”, sintetiza Dirceu Zotti, gerente da Divisão de Integração da Lar Cooperativa Agroindustrial com sede em Medianeira (15 mil matrizes).
Consultor em suinocultura e também criador (550 matrizes) em Paraopeba, no estado de Minas Gerais, Eduardo Coulaud ressalta que vem acompanhando com atenção o desempenho da TN70 em sua região. “As minhas primeiras impressões coincidem com os demais. São muito positivas”, adianta.
Igor Weingartner, gerente da Divisão de Produção Agropecuária da Cooperativa Cosuel-Dália (25 mil matrizes), de Encantado, no estado do Rio Grande do Sul, afirma que ainda não colheu números locais sobre o desempenho da TN70, que acaba de chegar. Mas a opção por esta genética foi tomada após profunda pesquisa e avaliação. “Visitamos granjas e centros de pesquisa na Holanda por duas vezes, fomos ao mercado, conferimos os primeiros resultados no Brasil e concluímos que a nova genética pode nos entregar o que precisamos”, diz.
Evandro Nottar, coordenador de melhoramento genético da Aurora, terceiro maior grupo do segmento de suinocultura no país (oito frigoríficos, que abatem 18 mil suínos ao dia, produzidos em propriedades cooperadas), aponta: a genética TN70 está sendo introduzida gradativamente. “Os números registrados na Europa e os primeiros resultados contabilizados no país mostram que a matriz atende às nossas melhores expectativas”, afirma Evandro.
Olinto Rodrigues Arruda, de Cerqueira Cesar, no estado de São Paulo, é pioneiro da moderna suinocultura brasileira e o maior criador independente do País (15 mil matrizes). Parceiro de primeira hora da genética Topigs, há mais de 20 anos, importou da Holanda as primeiras 250 matrizes. “Estamos no segundo parto da TN70 e já se percebe uma diferença significativa. É uma matriz que deve revolucionar a suinocultura”, prevê.