Uma recente pesquisa divulgada em rede nacional aponta sete escolas municipais de Foz, de uma lista de 31 escolas públicas brasileiras que atendem alunos em situação de vulnerabilidade social do ensino fundamental, com altos índices de desempenho. A pesquisa foi realizada pela Fundação Lemann, Instituto Credit Suisse Hedging-Griffo e Itaú BBA, a partir de dados da Prova Brasil.
As sete escolas municipais de Foz do Iguaçu, citadas na pesquisa, atendem crianças e adolescentes de famílias que se encontram em baixo nível socioeconômico, mas os alunos destas escolas têm apresentado bom desempenho na Prova Brasil, exame que avalia os conhecimentos dos alunos em matemática e língua portuguesa. O resultado desse desempenho é um dos componentes do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
A escola municipal Olavo Bilac, uma das escolas bem pontuadas na pesquisa, atende em torno de 240 crianças da região da Gleba Guarani. Foi fundada no final dos anos 70 como escola rural, passando a ser escola municipal alguns anos depois. A diretora disse que o trabalho desenvolvido tem muito comprometimento da equipe, com uma visão focada na criança. “Nossa visão é direcionada à criança, por isso temos um envolvimento de todos os professores que dão uma atenção ao aprendizado do aluno, vendo a dificuldade dele, e, o ajudando até conseguir o sucesso no aprendizado. Também buscamos uma participação efetiva das famílias no convívio escolar, realizando frequentemente reuniões com os pais, buscando trazer cada vez mais a presença do pai e da mãe para dentro da escola. E essa relação mais próxima com a comunidade é muito importante”, avalia Nelise Hammes.
Outro ponto avaliado pela diretora é a afinidade que os pais dos alunos acabam gerando com os professores da escola. “Quando os pais passam a participar das reuniões da escola e a acompanhar os filhos na convivência escolar, gera uma maior afinidade desses pais com os professores, podendo refletir diretamente no desempenho do aluno”, enfatiza Nelise, que é diretora há quatro anos da escola municipal Olavo Bilac, passando pela supervisão e coordenação por oito anos antes da direção. “Acredito que temos aqui um amplo conhecimento da comunidade, da realidade de todas essas crianças. Também temos professores com boa formação, que têm realizado formações continuadas, especializações, que os permite mais conhecimento para trabalhar em sala em aula, focando num bom atendimento aos alunos”, ressalta.
As demais escolas municipais de Foz do Iguaçu bem pontuadas pela pesquisa são Augusto Werner, Duque de Caxias, Érico Veríssimo, Monteiro Lobato, Osvaldo Cruz e Vinícius de Moraes.
O secretário municipal de Educação, professor Fernando Lima, acredita que existem dois fatores principais para a manutenção dos bons resultados. “É inegável o comprometimento dos nossos profissionais, que atuam de maneira abnegada e independente das limitações físicas ou de materiais, buscando estratégias para contornar as carências dos alunos e oportunizar experiências educacionais significativas. Outro fator importante é o envolvimento das famílias, pois dão suporte e continuidade no trabalho que inicia na Escola e continua em casa”, destacou.
Pesquisa
No primeiro ano da pesquisa, em 2011, um grupo de 215 escolas brasileiras foram consideradas excelentes. Elas estão dentro de um universo de 15 mil escolas que atendem alunos de 1º ao 5º ano do ensino fundamental. Destas 215, só 54 se mantiveram neste ano, e apenas 31 apareceram nas três pesquisas (dos anos de 2011, 2013 e 2015). Só quatro delas são da rede estadual, o restante é municipal, sendo sete aqui de Foz do Iguaçu.
O estudo aponta que, entre 2011 e 2015, mais de 80% das escolas que perderam a condição de excelência tiveram também uma diminuição no Ideb. O segundo critério que mais contribuiu para a queda de escolas no topo da qualidade foi o desempenho insuficiente em matemática, o que ocorreu com 63% dos alunos. Outros 35% tiveram desempenho insuficiente em língua portuguesa.
AMN