Entre os dias 15 e 18 de junho deste ano, uma equipe de professores e acadêmicos do Centro Universitário UDC, fez o levantamento sobre a realidade nas fronteiras entre o Brasil e Paraguai e Brasil e Argentina, entre as cidades de Foz do Iguaçu, Cidade do Leste e Porto Iguaçu. As pesquisas realizadas nas zonas primárias das pontes da Amizade e Tancredo Neves, mostram o fluxo de veículos e pedestres, apontando o perfil dos turistas.
O trabalho foi liderado pelo pró-reitor do Centro Universitário, prof.º doutor Fábio Prado. O corpo docente fez a coordenação pedagógica dos estudantes envolvidos nos trabalhos de campo.
“A pesquisa começou em 2006 com uma prancheta, cresceu e hoje envolve mais de 100 pessoas. Com esse know how adquirido ao longo dos anos, podemos afirmar que esse é um trabalho importantíssimo para a sociedade. São dados científicos que se mostram muito eficientes no auxílio ao trabalho dos órgãos responsáveis pelas aduanas e pelo desenvolvimento da região.
A Pesquisa é um instrumento de controle do fluxo, para a realização de um trabalho de gestão, segurança, marketing, atendimento, mais direcionados. É também ferramenta de tomada de decisão com bases seguras, projetos de desenvolvimento, plano diretor e tantos outros para associações de iniciativa privada, empresas e hotéis”, declara Prado.
A pesquisa foi realizada com a autorização da Receita Federal e da Polícia Federal e com a parceria do DNIT, Polícia Rodoviária Federal, Acifi – Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu, Comtur – Conselho Municipal de Turismo de Foz do Iguaçu e CODEFOZ – Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Foz do Iguaçu, Fundo Iguassu, Polo Iguassu, Secretaria de Turismo, Consulado Argentino, Consulado Paraguaio e a Universidade de Roma TRE, na Itália. Novas ações estão sendo estudadas para a edição de 2018.
NÚMEROS
Adotando uma metodologia quantitativa, foram contabilizados dados com exatidão da circulação de automóveis, moto-táxis, motos, táxis, vans, ônibus, caminhões e pedestres. E por amostragem nas Pesquisas de perfil dos visitantes em ambas Pesquisas (Ponte da Amizade e Ponte da Fraternidade).
Ponte da Amizade
O trânsito de pessoas (a pé ou em veículos) contabilizadas na Pesquisa 2017 cresceu em relação ao ano de 2016, porém é importante salientar que nesta edição houve a adição de uma madrugada de trabalhos. A circulação em 2017 atingiu 455.628 de pessoas, enquanto que, em 2016 o número foi de 278.969 pessoas que passaram pela Ponte.
Vale destacar o comparativo do total de veículos contabilizados nas edições de 2017 e a anterior (2016). No ano passado foram contabilizados 87.123 veículos, em sua 9ª edição a Pesquisa totalizou 155.851 veículos.
Em 2017, em média, 38.963 veículos circularam pela fronteira Brasil-Paraguai-Brasil há cada dia, enquanto que, em 2016 a média foi de 29.906 veículos ao dia.
A Pesquisa mostrou que a maior quantidade de veículos na Ponte da Amizade no período analisado foi a de motos com 40,7%, seguida de carros com 36,2%, e em seguida o número de vans com 12,4%, de táxis com 9,1%, de caminhões com 0,9% e de ônibus com 0,7%.
O maior movimento de veículos ocorreu no período das 7h às 18h, sendo que entre 13h às 13h59min do sábado (17/06) 4.676 cruzaram a fronteira.
Com relação aos pedestres que cruzaram a Ponte no período da ação, sábado (17/06) foi o dia com mais movimento, 41.041 pessoas circularam pela fronteira a pé.
Ponte Tancredo Neves (Fraternidade)
Sábado (17/06) foi o dia com maior movimento de veículos na fronteira entre o Brasil e a Argentina. Os envolvidos na Pesquisa contabilizaram 10.056 veículos, sendo a maior quantidade de carros, seguida de táxis, vans, motos, ônibus e caminhões.
A maior quantidade de pessoas (que se encontravam em seus veículos) circulando pela Ponte da Fraternidade foi no mesmo dia (17/06), ao todo foram contabilizadas neste dia 35.313 pessoas.
A média diária de veículos circulando pela fronteira em 2017 superou a de 2016. Em 2017 foram 8.563 veículos, já em 2016 a média de veículos foi de 6.745.
PERFIL DOS VISITANTES
Brasil – Paraguai
42,5% dos visitantes entrevistados indicou como o maior motivo da viagem as compras no Paraguai, em seguida o turismo foi apontado contabilizando 37,9%.
Em relação à frequência com que vêm a Foz do Iguaçu, a maior parcela dos entrevistados indicou que já veio mais de dez vezes. A maioria também disse que pretender retornar a cidade.
A maioria das pessoas respondeu que a Ponte Internacional da Amizade é uma atração turística (74,5%), e que ela tem um visual limpo e bonito (56,2%), 53,6% disse ainda que a região da Ponte da Amizade é segura.
36,6% dos entrevistados afirmaram que levam até trinta minutos no atendimento na Aduana Brasileira apontando como principais motivos na demora: o grande fluxo de visitantes e a estrutura física da aduana ser precária. Todavia a maioria preferiu não opinar. Entretanto, 58,8% acredita que o atendimento é bom e ótimo na aduana.
A prevalência dos visitantes pensa que o contrabando e descaminho deve ser penalizado criminalmente e que a fiscalização na Aduana gera benefícios, sendo os transtornos gerados um ônus natural para quem atravessa a ponte. A grande maioria assegura ser a favor das operações da Receita Federal.
Brasil – Argentina
O principal motivo da viagem das pessoas que responderam a pesquisa na Ponte da Fraternidade foi o Turismo. Grande parte dos entrevistados visitou atrativos turísticos em foz do Iguaçu e Puerto Iguazu.
A maioria das pessoas veio pela primeira vez a Foz do Iguaçu e Puerto Iguazu, tendo a pretensão de retornar. A maior parcela considerou ótima a oferta gastronômica em Foz do Iguaçu e em Puerto Iguazu.
Os visitantes pensam ser a Ponte Internacional da Fraternidade uma atração turística, considerada bem cuidada com relação à limpeza e ao seu visual, e que sua travessia apresenta segurança.
Um dado diferente foi que sobre o tempo de espera pelo atendimento nas aduanas, a fiscalização na Aduana Brasileira e à questão da prática de contrabando e descaminho, ninguém quis opinar. Também houve negativas de respostas com relação a ação da Receita Federal no local e se o visitante faz o abastecimento de combustível na Argentina.