O primeiro passo para a criação do Centro Integrado de Comando e Controle de Foz do Iguaçu foi formalizado na quarta-feira (30) com a entrega oficial de uma área onde o Fusion Center será construído na cidade. A iniciativa tem como foco o trabalho conjunto de segurança pública envolvendo forças municipais, estaduais, federais e até internacionais.
O projeto está em andamento e terá previsão orçamentária para 2018. A escolha de Foz do Iguaçu tem como critério a localização fronteiriça.
Essa parceria segue uma tendência internacional. “Desde os atentados em 11 de Setembro, 70 Fusions Centers foram criados nos Estados Unidos e outras dezenas na Europa, que trabalham 24 horas por dia de forma integrada, com banco de dados que são confrontados todo o tempo. É um modelo consagrado”, explicou o secretário estadual da Segurança Pública e Administração Penitenciária, Wagner Mesquita.
O terreno doado pelo município está localizado no bairro Parque Presidente, nos fundos da sede da Guarda Municipal e tem 3.430m2. “Agradeço a compreensão de todos e a confiança do poder municipal nesse projeto. Dará um salto de qualidade e contribuirá para investigações criminais, controle de operações ostensivas e trabalho de inteligência – como a análise de risco, produção de conhecimento e distribuição de bancos de dados”, afirmou o secretário.
Wagner Mesquita explicou o projeto que será o primeiro Fusion Center no Brasil e exemplo para uma política nacional de segurança pública, possibilitando união das unidades de segurança. Um exemplo usado por Mesquita foi o assalto a uma empresa de segurança no Paraguai, em abril – quando imediatamente as forças de segurança das três esferas se reuniram para identificar e prender os criminosos. “Este crime mostrou que as nossas polícias já trabalham de forma integrada, mas com o Fusion Center as informações serão trocadas de forma mais coordenada e eficiente”, disse.
Mesquita adiantou que o projeto arquitetônico já está delineado e o próximo passo é a produção e padronização de softwares e hardwares que possam centralizar as investigações potencializando os trabalhos. “A construção do prédio ficará a cargo do Governo do Estado do Paraná e o aparato tecnológico com a União. Isso porque os futuros novos Centros precisam ter um padrão único para perfeita interligação”, afirmou.
De acordo com o secretário, as polícias dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul já demonstraram interesse em participar do trabalho no Centro Integrado de Foz.
CÂMARA – A cessão do terreno foi feita durante audiência na Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu, que abordou questões referentes à segurança pública na cidade, com a presença do prefeito Chico Brasileiro.
Na avaliação do prefeito de Foz, o novo Centro Integrado tem como objetivo traçar diretrizes únicas e enfrentar situações com mais inteligência, tecnologia, capital humano e estratégias unificadas. Ele ainda ressaltou que as forças de segurança são altamente resolutivas e muito ativas na fronteira.
GGI – Após a solenidade, Mesquita participou da reunião do Gabinete de Gestão Integrada (GGI) – que reúne agentes das forças de segurança municipal, estadual e federal. Neste encontro, ainda participaram policiais do Paraguai e de Santa Catarina.
Na reunião foram apresentados os índices criminais do primeiro semestre de 2017 na região fronteiriça. “Hoje registramos a redução de homicídios de 18,3% em Foz, 16% menos homicídios na região de fronteira, com uma taxa de 86% de elucidação de homicídios, que é um índice internacional”, declarou o secretário.
INVESTIMENTO – Mesquita atribuiu a redução nos índices de criminalidade ao investimento feito pelo governo Beto Richa. Houve mais de R$ 100 milhões em suplementação orçamentária na área de segurança, que possibilitou a compra de viaturas, coletes balísticos, armamentos longos, pistolas importadas, contratação de 3 mil soldados – 11 mil durante todo o governo. “Assim, conseguimos reduzir em 10% os crimes patrimoniais, na contramão de outros estados brasileiros”, comparou.
A taxa de homicídios também é a menor dos últimos dez anos no Paraná, com uma queda de 17,9%, como resultado de uma ação focada, entre as instituições de segurança e a troca de conhecimento.
AEN