A opção em atuar na sociedade, de modo a colaborar na melhoria da qualidade de vida das pessoas, motivou um casal de amigos, ambos empresários, a unir forças para promover um jantar beneficente em favor da ACDD (Associação Cristã de Deficientes Físicos). O evento, que acontecerá em 19 de setembro, na Associação de Moradores do KLP, a partir das 19h30, tem como meta angariar fundos para a construção de uma quadra na Escola Cristian Eduardo Hack Cardozo, sede da instituição. Porém, para promover o jantar e beneficiar 110 alunos, os voluntários necessitam também da ajuda da comunidade não apenas para adquirir os convites, mas para obter os produtos para o jantar.
A ideia de organizar um jantar beneficente partiu do microempresário Nereu Klehm que conta sempre ter sentido vontade de ajudar o próximo. Em junho deste ano, ele assistiu a um vídeo em que uma pessoa fazia pedido de fraldas para uma instituição de Foz do Iguaçu. Sensibilizado, Klehm procurou a amiga e também empresária Zenaide André Mocellin e contou sobre seu desejo. Unidos, ambos partiram à ação.
“Fomos até a instituição (que era mostrada no vídeo), mas eles não mostraram interesse”, conta o empresário. Por isso, ambos resolveram ir até a ACDD, onde Zenaide já havia prestado trabalho voluntário, e se sentiram motivados pela recepção. “Eles demonstraram bastante interesse. Vimos as dificuldades deles, que não são poucas e chegamos à conclusão que o que mais eles precisam hoje é da quadra de esporte, pois o local onde as crianças treinam não é adequado: é quente, abafado. Por isso, vestimos a camisa para conseguir construir essa quadra”, complementou.
Dificuldades
Voluntária há anos, Zenaide conta que anteriormente, além da própria ACDD, já havia colaborado com outras instituições. Desta vez, ao chegar na escola, ela e o amigo perguntaram quais os problemas que os afligiam. De pronto, foram listadas questões como a falta de recursos para quitar dívidas e as dificuldades para aquisição de produtos. “Nós dissemos que queríamos fazer algo para auxiliar no atendimento. Algo que tornasse o dia deles melhor”, relatou. Em resposta, a direção apresentou a necessidade de ter um local especial, adaptado, para os alunos praticarem atividades esportivas.
“Nós nos interessamos e eles disseram que já tinham o projeto da quadra, mas não tinham verbas para a construção. Conversamos e dissemos: ‘vamos trabalhar em função de construir essa quadra’. E chegamos à conclusão de fazer o jantar”, explicou.
Conforme os empresários, o terreno onde a quadra será construída possui uma camada fina e já deteriorada de concreto. Com isso, cadeiras de rodas e andadores usados pelos alunos não podem passar. Para levá-los até a área externa, professores têm de até carregá-los no colo. “Sem contar que, como não tem cobertura, se o sol estiver forte, não dá para levar para fora. Se estiver chovendo também não. Além disso o chão é bruto, cheio de buracos”, disse Zenaide.
A meta de ambos é construir uma área adaptada para que os alunos possam jogar basquete, futebol e participar das demais atividades mesmo sendo cadeirantes. A exemplo de um parquinho, também adaptado, construído por meio da ajuda de outros voluntários. “Queremos fazer algo neste nível também. Dentro do padrão para eles”, explicou a empresária.
Jantar
Conforme Klehm e Zenaide, a ACDD já possui o projeto do espaço e a estimativa é que a obra custe cerca de R$ 25 mil. O valor não é tão alto, pois a empreitada estará a cargo de uma empresa especializada, com sede em Minas Gerais. “Pretendemos, com o jantar, arrecadar R$ 16 mil. Mas ainda contamos com doações de empresários que possam nos ajudar. Se conseguirmos mais doações, poderemos fazer ações entre amigos e arrecadar mais, próximo de R$ 20 mil”, informou o voluntário.
A previsão é que o evento se inicie às 19h30, com a apresentação de alunos atendidos pela instituição. Em seguida, às 20 horas, será servido o jantar. No cardápio, pratos como alcatra ao molho madeira, cordon bleu de frango, pernil suíno e lasanha. O preço é convidativo: apenas R$ 30 por pessoa. Por volta das 21 horas, se inicia o sorteio de brindes. Para isso, ambos os empresários buscam a ajuda das pessoas: empresários ou não: “Precisamos de doações dos ingredientes do jantar. Estamos com uma lista, levamos até as pessoas e vemos com o que podem ajudar. A mão de obra, a decoração e a sonorização nós já ganhamos, além do espaço (a AKLP). Precisamos mesmo é de mantimentos”, informou Nereu Klehm.
ACDD
Atualmente, a ACDD atende 100 alunos com múltiplas deficiências e com idades entre um ano e meio e setenta e quatro anos. São oferecidos serviços de fisioterapia, psicologia, assistência social, além do trabalho pedagógico por completo (educação). A associação possui 47 funcionários, sendo os professores cedidos pelo Estado e pelo município. Já a associação mantém ainda 15 funcionários, além de possui outros custos com a manutenção.