Papai Valente ficou como coadjuvante. Não pôde ser convidado para a festa de batizado da filha, a Cacau, na sexta-feira (11), no Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), de Itaipu. Na natureza, cabe à mãe onça cuidar do bebê filhote, por isso, Valente ficou na antessala do recinto acompanhando os movimentos no grande dia da oncinha. Nena seguiu à risca o instinto maternal e encheu de mimos e cuidados a filhona, a primogênita do casal. O batismo seguiu um rito animal.
A cerimônia marcou o batizado da onça Cacau, que ganhou este nome após um concurso feito na página oficial da Itaipu no Facebook. A madrinha, Meiriele Maria Ribeiro Minhuk, autora da sugestão vencedora, viajou de avião pela primeira vez vindo de Ribeirão Preto (SP) para encontrar Cacau. Outros três, dos cinco finalistas do concurso, além de diretores brasileiros e paraguaios da Itaipu Binacional, também estiveram no evento.
“Na minha infância eu tinha uma gatinha que é a cara da oncinha do refúgio de Itaipu”, disse a vencedora, que é dona de casa, tem 32 anos, e é fã assumida das ações da binacional. “Quando vi o concurso no Facebook, sugeri o nome. Aí fiz campanha nas minhas redes sociais com amigos e parentes. Foi a maior campanha que eu fiz”, diverte-se.
O empenho da madrinha valeu a pena. Cacau recebeu 20.322 votos, 70% de toda a votação da campanha, com 28.927 participações. As outras sugestões finalistas foram Gaia (3.474 votos, 12%), Jade (2.030 votos, 7%), Amora (1.873 votos, 6,5%) e Bela (1.166 votos, 4%).
Preservação do meio ambiente
“O que mais chamou a atenção foi o envolvimento da comunidade, que participou em peso da campanha, o que demonstra que as pessoas têm uma grande preocupação ambiental e amor à biodiversidade”, disse o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Luiz Fernando Leone Vianna.
Para o diretor-geral paraguaio, James Spalding, o trabalho desenvolvido na binacional mostra que Itaipu faz mais do que gerar energia de qualidade. “Itaipu utiliza grande parte de seu esforço para ter também um forte compromisso com o meio ambiente e com a responsabilidade social”.
Cacau é resultado da primeira reprodução bem-sucedida de onça-pintada no RBV após 14 anos de tentativas. Ela nasceu no dia 28 de dezembro de 2016. No futuro, ela deverá ser integrada a um projeto inédito de reprodução de onças no lado paraguaio da usina. “Ela vai para a outra margem cruzar com um macho que temos lá. Então, teremos duas unidades, que na verdade é uma empresa única, trabalhando com a reprodução da onça-pintada”, reforça o diretor de Coordenação paraguaio, Pedro Domaniczky.
“Por trás da campanha, há o tema da conservação do meio ambiente”, explica o médico veterinário Wanderlei de Moraes, da Divisão de Áreas Protegidas da Itaipu, setor responsável pelo programa de reprodução da onça-pintada. “Queremos ajudar a conscientizar as pessoas em relação a problemas comuns na natureza, como a destruição das florestas e perda de habitat dos animais”. Para ele, a divulgação do trabalho da área ambiental da empresa ajuda a conscientizar a comunidade.
A cerimônia
O recinto foi todo decorado com flores colhidas na unidade de conservação pelos tratadores do RBV. A madrinha e os finalistas fizeram parte da atividade de enriquecimento ambiental, que prevê a simulação de situações comuns da natureza com os animais em cativeiro, como procurar o próprio alimento. A ação é importante para o desenvolvimento cognitivo dos bichos. Os participantes do concurso ajudaram a distribuir no recinto os “petiscos da festa”: carne servida sobre cascas de árvore com direito a um bolo de carne congelada.
Depois disso, já com Nena e Cacau dentro do recinto e as pessoas, claro, fora dele, foi cortada uma fita inaugural simbólica. A madrinha ganhou um smartphone e todos os finalistas receberam um artesanato do Ñandeva e vales-visitas aos atrativos turísticos da região, entre eles, a Visita Panorâmica de Itaipu, passeio do pôr do sol do Kattamaram no lago de Itaipu, Parque das Aves (cortesia da própria empresa, que também pratica a conservação animal e é uma importante parceira da Itaipu) e um passeio no Macuco Safári.
Os finalistas
Renata Thomazi, que sugeriu o nome Gaia, estava emocionada durante a cerimônia. “O significado do nome é bastante forte para mim. Eu estava buscando um nome para minha empresa de comunicação e vi que ele combinava com a onça também. Gaia significa mãe natureza, mãe terra, achei que combinava bastante”.
Jade foi a aposta de Grazielli Forteski Somavila, que ficou em terceiro lugar. “Assim como a pedra é preciosa, a onça é também uma preciosidade para o refúgio”, diz. Ela não fez campanha e se surpreendeu por estar entre os finalistas.
Guilherme Wojciechowski prestou uma homenagem ao local de nascimento da onça ao sugerir o nome Bela. “A homenagem foi também ao belo trabalho que o pessoal faz aqui. A gente sabe que são anos de tentativa de reprodução desta espécie”, conta. “Além disso, era um nome de fácil entendimento em diversos idiomas”.
Agora é esperar que, no futuro, Valente e Nena voltem a namorar e gerar mais oncinhas para o refúgio. E quem venham muitos outros batizados.
Fonte: Itaipu Binacional