O Mutirão Paranaense de Cirurgias está avançando para zerar a fila de espera por procedimentos de catarata em Foz do Iguaçu (Oeste) e toda a região. Com um aporte extra de recursos do Governo do Estado, já foram feitas mais de seis mil cirurgias desde o ano passado. A iniciativa é um sucesso e está fazendo com que milhares de pessoas voltem a enxergar.
O secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, esteve em Foz do Iguaçu nesta quinta-feira (10) e afirmou que a previsão é acabar com a demanda reprimida do SUS ainda no primeiro semestre do ano que vem.
“Estima-se que mais de 12 mil pessoas aguardavam por uma cirurgia de catarata na região quando o mutirão foi iniciado. Grande parte necessitava realizar o procedimento em ambos os olhos”, disse ele.
APOSENTADORIA – É o caso da funcionária pública aposentada Lindinalva Lazzarini Ribas, de 67 anos. Ela estava praticamente cega. “Tive que antecipar a minha aposentadoria por causa da dificuldade para enxergar. Por mim, estava trabalhando até hoje. Isso sem falar nas coisas que deixei de fazer em casa por conta da catarata”, contou.
Outro exemplo é Maria Benedita da Silva, moradora de Iguaraçu, no Noroeste do Estado, que também fez a cirurgia em Foz. Ela conta que sofre com as complicações da catarata há mais de 10 anos, sendo que desde 2009 estava cadastrada no SUS à espera do procedimento. “Graças a este mutirão vou finalmente fazer a cirurgia. A cada dia minha visão ficava pior. Não conseguia nem reconhecer as pessoas”, diz a dona de casa.
APOIAR MUNICÍPIOS – Segundo o secretário Caputo Neto, o mutirão surgiu da necessidade de apoiar os municípios no atendimento na área de especialidades, que é hoje um dos maiores gargalos da saúde pública. O projeto beneficia pacientes que têm a qualidade de vida comprometida por conta de problemas que muitas vezes não tem tratamento alternativo.
“Sem a cirurgia, a catarata tende a se agravar cada vez mais, levando até à cegueira completa. Trata-se de uma doença que afeta mais os idosos, mas está sujeita a aparecer em qualquer faixa etária”, explica ele.
Com a cirurgia, é substituída a lente natural do olho por uma artificial. O procedimento é rápido, dura menos de 10 minutos. Desde o início do mutirão, nenhuma intercorrência grave foi registrada. “É tudo muito seguro. Trabalhamos com os melhores materiais disponíveis no mercado, além de uma equipe experiente, com mais de 100 mil cirurgias. Isso garante o que há de melhor a população”, detalha o coordenador do serviço de referência em cirurgia de catarata, Roberto Cacciari Filho.
AMPLIAR – Durante agenda em Foz do Iguaçu, Caputo Neto também se reuniu com a direção da 9ª Regional de Saúde para tratar sobre a possibilidade de ampliar o mutirão para atender também outras especialidades. A ideia é ofertar cirurgias nas áreas de varizes, urologia, vascular, otorrinolaringologia e cirurgia geral.
Para isso, será feito um edital de chamamento público para selecionar os serviços de saúde que farão as cirurgias. A expectativa é que todo o processo seja formalizado no próximo mês, possibilitando a ampliação da oferta de procedimentos o mais breve possível.
AEN