Maior produtor e exportador de frango do País, o Paraná segue ampliando os embarques. A receita de exportações bateu novo recorde, com aumento de 8,8% de janeiro a julho de 2017 na comparação com o mesmo período do ano passado. Passou de US$ 1,28 bilhão para US$ 1,39 bilhão no período, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. O Estado respondeu, sozinho, por 35,2% dos embarques de frango do País.
A avicultura paranaense continua a atingir números positivos, mesmo com o cenário instável na economia brasileira e o impacto da operação Carne Fraca, que gerou restrições à importação da carne brasileira por alguns países.
EMBARQUES – O Paraná exporta para 160 países e os cortes de frango in natura respondem por 96% do total. De janeiro a julho, o maior mercado foi a Arábia Saudita, com US$ 288,14 milhões, seguida pela China (US$ 174,2 milhões) e Japão (US$ 131, 9 milhões).
Um dos destaques foram as exportações para África do Sul, que aumentaram 267,3%, para US$ 81,9 milhões. Os embarques para o Iêmen, por sua vez, cresceram 122,8%, para US$ 17,8 milhões.
Segundo levantamento do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), no semestre foram abatidas 888,9 milhões de cabeças de frango no Paraná, volume ligeiramente inferior (0,5%) aos 893,8 milhões registrados nos primeiros seis meses de 2016.
De acordo com o presidente do sindicato, Domingos Martins, a produção está retomando o ritmo, depois das incertezas do mercado. Dentre as regiões paranaenses, o destaque vai para a Oeste, que abateu 300 milhões de aves durante o período, respondendo por 33,7% do total no estado.
DESEMPENHO – A avicultura paranaense vem conseguindo driblar a crise econômica e crescer bem acima da média brasileira nos últimos anos. Desde 2010, as exportações do Paraná cresceram 61%. Naquele ano, o Paraná respondeu por 25% das exportações brasileiras de janeiro a julho (US$ 863,25 milhões). Nesse ano, a participação está em 35,2%.
De acordo com Julio Suzuki Júnior, diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes), os frigoríficos paranaenses galgam espaço ao aproveitar a elevada produção de grãos do Estado, a proximidade com os grandes centros consumidores e a alta tecnologia de produção. “ Essa combinação garante ao Estado uma vantagem competitiva e uma participação cada vez maior nessa cadeia no País, com grande participação das cooperativas”, diz.
INVESTIMENTOS – Somente as cooperativas agropecuárias do Estado estão investindo R$ 310 milhões na área de avicultura no Paraná. O valor corresponde a 14% do total de R$ 2,15 bilhões que as cooperativas vão investir nesse ano.
De acordo com Alexandre Amorim Monteiro, assessor técnico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), o mercado internacional começa a ser retomado, depois do impacto da operação Carne Fraca. “Os importadores estão mais exigentes e pressionando os preços. A percepção era de que o setor poderia ter ganho mais, mas o movimento está melhorando aos poucos”, diz.
As cooperativas têm uma capacidade instalada para abater 2,05 milhões cabeças por dia. No ano passado, produziram 1,4 milhão de toneladas de carne de frango. Atualmente são 2,9 mil produtores integrados ao sistema.
AEN