O jornal Correio Braziliense publicou na semana passada, no dia 23 de julho, que a organização criminosa brasileira, Primeiro Comando da Capital (PCC), firmou parceria comercial com o grupo fundamentalista islâmico Hezbollah. A reportagem leva em conta um relatório apresentado pela Fundação de Defesa da Democracia (FDD).
De acordo com o estudo da FDD, o PCC se aliou ao Hezbollah para elevar seu poder financeiro, comprando drogas em países como o Paraguai e a Colômbia, e repassando ao grupo libanês. As drogas são adquiridas por um baixo preço nas nações que fazem fronteira com o Brasil e vendidas por valor mais elevado ao Hezbollah. Além disso, a atuação central do PCC seria no contrabando de cigarros.
O cientista político Guaracy Mingardi, que atuou na Secretaria Nacional de Segurança Pública e investiga o PCC há mais de 20 anos, explica que hoje a facção brasileira ganhou ramificações internacionais.
“O PCC já é um grupo criminoso internacional. Ele tem escritório no Paraguai para o transporte de drogas e armas, e na Bolívia, onde os entorpecentes são comprados. Tem algumas ligações no Peru, na Colômbia. Muitas vezes, eles podem fazer esse transporte de mercadoria para a Europa e para o Oriente Médio. Já sabemos que ocorre há algum tempo”, disse Mingardi.
O envio dos entorpecentes para o Oriente Médio rendem ao PCC um orçamento anual de R$ 20 milhões. O dinheiro financia a compra de armas e o recrutamento de criminosos que atuam dentro e fora das prisões para manter o poder paralelo da organização.
Relação antiga
A relação entre facções brasileiras e latino-americanas é antiga, segundo o general do Exército Theophilo Gaspar de Oliveira. “As facções ampliaram o poder para além das fronteiras”, disse ao Correio Braziliense o general, chefe do Comando Logístico do Exército.
No ano passado, a fabricante brasileira de armamento “Taurus” foi denunciada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul por exportar ilegalmente um lote com oito mil armas para o iemenita Fares Mohammed Mana’a, um dos maiores traficantes de armas do mundo.
As pistolas e revólveres comercializados sem autorização dos órgãos reguladores foram enviadas ao Iêmen para serem usadas na guerra civil. De acordo com o MP, a empresa estava preparada para enviar um segundo lote de 11 mil armas.
Para o general Theophilo, o Brasil deveria aplicar regras mais rígidas no controle do comércio dos artefatos. “Os países europeus estabelecem restrições quando uma arma deles é contrabandeada ou vendida. Por que não temos as mesmas regras para as nossas?”.
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