ONU estuda criar em Cidade do Leste observatório acadêmico contra o terrorismo

Autoridades de Cidade do Leste, no Paraguai, receberam na quarta-feira (26) integrantes do Comitê do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), para debater a possível instalação na cidade de um observatório acadêmico contra o terrorismo.

A reunião na prédio do governo do Departamento de Alto Paraná, contou com a presença do diretor-executivo do comitê da ONU, Jean-Paul Laborde, do governador Lucho Zacarías; a prefeita Sandra McLeod Zacarías e empresários locais.

Laborde explicou que a criação do observatório no Paraguai terá fins preventivos, levando em conta o desmonte do grupo terrorista Estado Islâmico, entre Síria e Iraque, que poderia se dispersar pelo mundo, inclusive migrando para a região trinacional entre Brasil, Argentina e Paraguai.

“É um observatório meramente acadêmico. Vamos ver o que acontece na região. Somente existem rumores. Nenhuma região é imune ao terrorismo”, disse o diretor da ONU.

Questionado sobre o observatório ser criado após as denúncias dos Estados Unidos de que moradores da região financiariam o terrorismo, Laborde afirmou que a ONU não tem provas sobre a existências de vínculos da região com o terrorismo.

A instalação do observatório não tem data para acontecer e a ideia surgiu durante a reunião desta semana, informou o governador Zacarías. Também presente no encontro, Mohamad Said Mannah, presidente da Câmara de Comércio e Serviços de Cidade do Leste, afirmou que a comunidade islâmica local está berta às instituições para controle terrorista.

Suspeita

Em 2001, os Estados Unidos começou a mostrar preocupação e lançar suspeitas sobre a comunidade muçulmana que vive na região da tríplice fronteira, principalmente nas cidades de Foz do Iguaçu e Cidade do Leste. Na época, o governo norte-americano investigava se moradores da região, enviavam dinheiro para financiar grupos terroristas do Oriente Médio, como, por exemplo, o Hezbollah.

A comunidade da região trinacional se manifestou contrária à suspeita de Washington, que só acabou em 2012, quando a Foreing Affairs, uma das principais publicações dos Estados Unidos sobre comércio exterior, publicou um artigo sobre os estudos que o governo norte-americano concluíram que não existiam terroristas na região entre Brasil, Paraguai e Argentina.

Fonte: Diario Vanguardia

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