Dez suspeitos foram presos, cinco fuzis apreendidos, uma metralhadora ponto50, capaz de derrubar um helicóptero, além de dinheiro em moeda americana, brasileira e paraguaia, de sete carros, dois barcos e sete quilos de explosivos. Três homens morreram em confronto com a polícia.
Os dados foram apresentados em uma coletiva nesta terça-feira (25), na sede da Polícia Federal, em Foz do Iguaçu, com a presença do secretário estadual da Segurança Pública e Administração Penitenciária, Wagner Mesquita. Também participaram o delegado-geral da Polícia Civil, Julio Cezar dos Reis; a coronel Audilene Dias Rocha, chefe do Estado-Maior da Polícia Militar do Paraná; o delegado da Polícia Federal Fabiano Bordignon; o inspetor da Polícia Rodoviária Federal, Luiz Antônio Gênova; o ministro da Justiça do Paraguai, Lorenzo Lezcano, dentre outras autoridades paraguaias.
FORÇA MULTINACIONAL – Mais de 800 agentes dos dois países participam das diligências. “Houve a resposta necessária, imediata e integrada dada pelas forças policias. Agora haverá um direcionamento mais específico nas próximas diligências, com a permanência desse reforço policial na região, no tempo que for necessário, para seguir a investigação e encontrar outros possíveis envolvidos”, afirmou o secretário Wagner Mesquita. Seis helicópteros participam da ação conjunta. Sendo três do Paraguai e três do Paraná.
O delegado da Polícia Federal Fabiano Bordignon contou que a polícia paraguaia encontrou uma mansão usada pela quadrilha antes do crime. Uma equipe de peritos do Brasil se deslocou na madrugada desta terça-feira para o Paraguai para coleta de material genético, biológico e papiloscópicos. “Essa coleta foi muito importante. Novos suspeitos que sejam presos e, a princípio, não tenham uma ligação direta com o fato, terão o material genético confrontado, com exames a serem realizados em Brasília, para confirmar a vinculação desses indivíduos com o local de crime”, explicou.
“Esse tipo de crime não respeita a fronteira. Portanto, o entrosamento entre os policiais e os setores de inteligência dos países, esse gabinete de crise da Polícia Federal, que já existia, funcionou efetivamente para ajudar nas primeiras ações neste caso”, afirmou.
A identificação de ao menos três criminosos de fora do Paraná – dois paulistas e um baiano – reforça a convicção de uma ação orquestrada por facção criminosa. “Não é um crime de amadores. Vemos a semelhança no modus operandi dessa ação e de outras realizadas tanto no Brasil como no Paraguai”, acrescentou Bordignon.
Além das buscas que persistirão na região, a polícia organizou anéis de controle nas estradas de todo o estado. “Foram montados cinturões de controle e nas rodovias estaduais e federais com o policiamento reforçado. Policiais federais de outros estados vão encorpar o patrulhamento, além de grupos específicos e especiais, com a presença ainda de aeronaves, temos a convicção de que colheremos mais resultados em breve”, afirmou o inspetor da Polícia Rodoviária Federal, Luiz Antônio Gênova.
TRABALHO COORDENADO – Também foi ressaltada a integração do gabinete de crise em Foz do Iguaçu, que permitiu um trabalho coordenado do patrulhamento e buscas ostensivas sem que nenhuma equipe se confrontasse em serviço, o que era uma grande preocupação diante da quantidade de agentes em ação desde o momento do crime. “Desde o momento em que foi feito o contato informando a situação, os Grupos Especiais já foram acionados e nós já estamos com pouco mais de 300 policiais trabalhando exclusivamente nesta Operação, fora aqueles que estão trabalhando normalmente no atendimento da população”, destacou a chefe do Estado-Maior da Polícia Militar do Paraná, Audilene Rocha.
“A Polícia Civil, recebendo orientações do secretário da Segurança, reuniu vários policiais aqui na fronteira, inclusive equipes de várias delegacias de Curitiba. Nosso Grupamento Aéreo está atuando em toda fronteira em apoio à força-tarefa no sentido de identificar e prender os integrantes dessa quadrilha e recuperar o dinheiro roubado”, disse o delegado-geral da Polícia CivilJulio Cezar dos Reis.
Nas buscas, a polícia encontrou parte do dinheiro roubado, com valores em Real, Dólar e Guarani, que foram encaminhados para contagem em uma instituição financeira.
O CRIME – Na madrugada da segunda-feira (24) um grupo fortemente armado, de aproximadamente 50 homens, invadiu e roubou uma transportadora de valores em Ciudad del Este, no Paraguai. Os suspeitos explodiram os cofres do local, trocaram tiros com a segurança e roubaram mais de R$ 120 milhões. Um policial paraguaio que trabalhava como segurança foi morto. Cerca de 15 carros foram incendiados pelos bandidos.
AMN