O laudo apresentado à imprensa na quarta-feira (5), mostrou que a morte de Ademir Gonçalves Costa, de 39 anos, foi causada por “intoxicação exógena”. Ademir morreu no da 28 de janeiro, durante uma abordagem por agentes das Receita Federal na aduana brasileira da Ponte Internacional da Amizade, em Foz do Iguaçu.
“O laudo indica lesões na face, boca, punhos e pernas. Já a morte pode decorrer sim do uso de spray de pimenta, mas isso ainda depende da manifestação dos peritos. Faltam perícias para ser concluídas, para podermos fazer uma análise conjunta e tentar reconstruir o que aconteceu no dia”, disse o advogado Wilson André Neres.
O laudo foi apresentado pelos advogados da família de Ademir, que ainda ressaltaram os machucados no corpo de Ademir. “Ele tem lesões na região da face, no lábio. O cidadão chegou bem, saiu com várias lesões e morto. Há muita coisa para ser investigada”, ressaltou.
O laudo assinado pelo médico legista Carlos Alberto Martins Araújo, nega-se que a morte tenha sido produzida por “meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia ou tortura, ou por meio insidioso ou cruel”.
O caso está sendo investigado pela Polícia Federal, que informou precisar de mais 30 dias para concluir o inquérito. A Receita Federal informou que irá se pronunciar apenas após a conclusão das investigações.
O Centro de Direitos Humanos em Foz do Iguaçu, trata o caso como abuso de autoridade e disponibilizou os advogados de defesa à família.
Caso
Ademir trabalhava em Cidade do Leste, no Paraguai, quando voltava para Foz do Iguaçu na tarde de sábado do dia 28 de janeiro, quando ao passar com um mototaxista pela aduana brasileira recebeu uma abordagem de rotina por fiscais da Receita Federal. Ele teria apresentado agressividade na hora da abordagem e por isso foi imobilizado, algemado e levado para uma sala na aduana. Minutos depois ele passou mal e morreu.