O Polo Astronômico Casimiro Montenegro Filho, do Parque Tecnológico Itaipu (PTI), está se adequando estruturalmente para enxergar mais distante e com melhor resolução: o espaço recebeu um novo e maior telescópio para o observatório, com mais que o dobro do diâmetro dos equipamentos atualmente instalados.
O novo telescópio permitirá uma visão com maior detalhamento dos objetos do sistema solar em suas mais diversas categorias: de planetas a asteroides e cometas; e vai possibilitar ainda ver de forma mais nítida galáxias e nebulosas. Essas melhorias vão possibilitar a ampliação das atividades de pesquisas e maior contextualização dos conteúdos para o ensino de Astronomia. O equipamento também poderá ser usado pelos turistas que visitam o Polo Astronômico, que faz parte do Complexo Turístico Itaipu (CTI).
Foram quase três anos para que o Polo conseguisse obter o telescópio e seus acessórios, em um processo de obtenção de recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com contrapartida da Fundação PTI. O equipamento é da marca Planewave com um espelho de 610 mm de diâmetro e distância focal de 3962 mm. O projeto ótico é do tipo Dall-Kirkham Corrigido (CDK), formado por um conjunto com espelho primário elipsoidal, espelho secundário esférico e duas lentes, que propicia um campo de visão do céu mais amplo e sem distorções.
A operação do telescópio é feita por meio da montagem computadorizada Ascension 200 HR, que possui codificadores de alta resolução nos dois eixos, e possibilita a correção de erros mecânicos residuais e um acompanhamento preciso dos astros. “Esse equipamento compõe uma seleta classe de telescópios de alta resolução do Brasil”, afirma Janer Vilaça, coordenador do Polo.
O novo equipamento atenderá aos três pilares fundamentais do Polo Astronômico, de acordo Janer: divulgação científica, ensino e pesquisa. Como o Polo é um dos atrativos do CTI, explica Janer, os visitantes terão acesso ao novo telescópio. “Eles terão imagens fenomenais, além de ter mais clara as compreensões dos fenômenos astronômicos, e, com isso distinguir conceitos culturais de conceitos. É um equipamento de grande porte, que geralmente seria usado exclusivamente para a pesquisa, mas não no Polo”.
O telescópio poderá também ser acessado por alunos e professores que participam de formações no Polo. Janer acredita ainda este instrumento pode inspirar e motivar muitas pessoas ao aprendizado da Astronomia. “Além de tudo, é um investimento para o futuro”.
O coordenador afirma que o equipamento possibilitará a ampliação das atividades de pesquisa por demanda, que já levaram o Polo, mesmo com os equipamentos atuais, a participar de importantes descobertas. Entre elas, a identificação de anéis do Asteroide Cariclo, publicada na Revista Nature – considerada uma das principais publicações científicas do mundo.
Indo mais longe, o Polo deverá contribuir com pesquisas de todo o Brasil. “Já existe uma expectativa de que alguns centros de pesquisa, como Observatório Nacional e o CNPq, passem a demandar ainda mais campanhas de observações com o novo equipamento”, afirma Janer. “O céu visto desta latitude e longitude está a cargo do Polo e poderemos atender demandas de outros centros que estão em posições diferentes, portanto cabe a nós responsabilidade de olhar para cima e relatar os fenômeno que aqui ocorrem”.
“Ter um telescópio desta categoria significa ter competência para poder oferecê-lo. Estamos muito satisfeitos pelas perspectivas de trabalhos futuros”, ressalta o coordenador.
Instalação
Para que o novo telescópio seja instalado, o espaço do observatório deverá ter as atividades suspensas por alguns dias. Mas, explica Janer, somente o espaço onde está instalada a cúpula precisará ser adequada. “Isso não afetará de maneira alguma os atendimentos, pois se fará observações fora da mesma”. Janer reforça que as outras atividades do Polo Astronômico continuarão funcionando normalmente. “O Polo em momento algum vai privar turistas, alunos e professores das visitas”.
Fonte: Fundação Parque Tecnológico Itaipu