A Polícia Federal concluiu os inquéritos da 5ª e 6ª fase da Operação Pecúlio, que investiga um suposto esquema de desvio de dinheiro público na prefeitura e na Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu. Nas 322 páginas, foram indiciadas 54 pessoas, entre elas o ex-prefeito Reni Pereira.
No inquérito, Fábio Tamura, delegado responsável pelas investigações, aponta que os indiciados devem responder por corrupção e fraude à licitação. “Algumas das pessoas cujas condutas foram investigadas integravam uma complexa organização criminosa, estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagens de natureza econômica e pessoal, mediante a prática de graves infrações penais, tais como corrupção ativa, passiva, peculato, dentre outras correlatas”, diz.
Nas 5ª e 6ª fases da Operação Pecúlio, batizadas de Nipoti 1 e 2, foram presos 12 dos 15 então vereadores, além de servidores públicos, ex-agentes políticos e empresários. A operação que prendeu os parlamentares foi desencadeada no dia 15 de dezembro do ano passado.
As investigação levaram à suspeita do recebimento mensal ou esporádico de dinheiro aos vereadores, em troca de aprovação de projetos e apoio ao prefeito Reni Pereira, o chamado “mensalinho”, além da nomeação de cargos comissionados na prefeitura e em empresas prestadoras de serviço, em troca de favores.
Com a conclusão do inquérito, o relatório será entregue ao Ministério Público Federal (MPF), que analisará as acusações e decidirá se denuncia, ou não à Justiça Federal.
A 1º fase da Operação Pecúlio foi desencadeada em 19 de abril de 2016, quando foram presos secretários, diretores municipais e empresários. O suposto esquema de corrupção que aponta Reni Pereira como chefe, teria desviado cerca de R$ 5 milhões de obras de mobilidade urbana, vindos do Governo Federal e do Sistema Único de Saúde (SUS). A polícia acredita que esse valor deverá ser superado até o fim das investigações.