Ao completar sete anos de criação, a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) vem cumprindo um importante papel na geração de conhecimento e compartilhamento cultural na fronteira mais movimentada do Brasil. Criada em 12 de janeiro de 2010, a UNILA trouxe para Foz do Iguaçu e região uma experiência única, a partir dos seus pilares: a interculturalidade, a interdisciplinaridade e o bilinguismo.
Em processo de consolidação, muitos avanços foram registrados no ano de 2016. A UNILA passou pela primeira vez pelo processo de recredenciamento institucional do Ministério da Educação (MEC) e obteve o conceito final 4 – o equivalente a “muito bom” dentro da escala que vai de 1 a 5. A visita ocorreu no mês de abril e o processo é necessário para confirmar a competência da Instituição no oferecimento de cursos de nível superior. O curso de Saúde Coletiva também foi avaliado no ano passado, com nota 4, seguindo o ritmo de excelentes avaliações que a Universidade vem recebendo – no total, 16 cursos foram reconhecidos, a maioria com nota 4; Ciências Econômicas – Economia, Integração e Desenvolvimento alcançou a nota máxima. A excelência de ensino também foi reconhecida pelo Guia do Estudante – principal publicação brasileira direcionada a estudantes de ensino médio – que outorgou estrelas a sete cursos da Universidade.
No caminho da pós-graduação, em 2016, a UNILA totalizou oito mestrados com a criação de três novos programas (Engenharia Civil, Biodiversidade Neotropical e Biociências), e ganhou seu primeiro doutorado – parceria com a PUC-Rio, na área de Relações Internacionais – importantes instrumentos para potencializar o desenvolvimento da pesquisa.
O início do ano letivo de 2016 foi um grande momento para a UNILA e para a cidade. Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, lotou o auditório do Cineteatro dos Barrageiros para a aula inaugural da Universidade, falando sobre temas atuais e a responsabilidade dos estudantes no processo de construção de uma sociedade mais justa.
Infraestrutura
O ano começou também com um importante incremento de infraestrutura, passando a ocupar completamente a unidade Jardim Universitário que, dividida com a Uniamérica, era utilizada por três cursos. Há um ano, o complexo de 19 mil metros quadrados de área construída abriga 11 dos 29 cursos da instituição, atendendo integralmente os cursos do Instituto Latino-Americano de Arte, Cultura e História (ILAACH) e parte dos cursos do Instituto Latino-Americano de Ciências da Vida e da Natureza (ILACVN).
A unidade tem capacidade de instalação de mais de 70 laboratórios e 44 salas de aula, além de espaços administrativos, biblioteca, salas de reuniões, salas de professores, almoxarifado e auditório com capacidade para 450 pessoas. “No início do ano, tínhamos uma perspectiva de orçamento de R$ 20 milhões para a aquisição do imóvel da Uniamérica. Porém, não foi viável porque os proprietários alegam estar cumprindo com suas obrigações financeiras junto à Fazenda Nacional”, diz o reitor Josué Modesto dos Passos Subrinho.
O valor destinado à aquisição do imóvel da Uniamérica foi transferido para a aquisição de equipamentos para pesquisa, novos laboratórios, ampliação da rede de dados, móveis, condicionadores de ar, materiais bibliográficos e aquisição de sistema de segurança para a biblioteca.
Com as eleições realizadas em junho para a formação das comissões superiores da UNILA, foi iniciado o processo de configuração do Conselho Superior Universitário (CONSUN) de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases, que prevê representação de 70% de docentes e 30% divididos entre estudantes e técnicos-administrativos. No total, estavam em disputa 124 vagas distribuídas nas três categorias. Nesse processo de institucionalização, o ILACVN foi o primeiro a instalar seu CONSUNI, seguido pelo ILAACH.
As mudanças têm como objetivo fortalecer a instituição, com a participação de representantes de todos os segmentos (discentes, docentes e servidores técnico-administrativos) nas tomadas de decisão da Universidade, que a cada ano vem incrementando o número de estudantes. Em 2016, a diversidade de países foi ampliada com a chegada dos primeiros alunos da Costa Rica, Cuba, Guatemala, Panamá e República Dominicana. Atualmente, a instituição tem representantes de 16 países, além do Brasil, com 2.722 alunos – 1.740 brasileiros e 982 de outros países da América Latina, Central e do Caribe. Essa diversidade cultural auxilia a UNILA a cumprir sua missão institucional de formar recursos humanos para toda a América Latina.